Senadores rejeitam indiciamento de 16 pessoas na CPI das Bets, incluindo Virgínia e Deolane

Senadores rejeitaram, nesta quinta-feira, 26 de outubro, o relatório final da CPI das Bets, que pedia o indiciamento de influenciadores digitais, incluindo Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra. A votação foi apertada, com 4 votos a 3 contra a aprovação do documento, que não será enviado ao Ministério Público Federal.

A relatora da CPI, Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmou que as investigações continuarão, apesar da reprovação. Ela planeja encaminhar as evidências coletadas a autoridades competentes, como a Procuradoria Geral da República e o Ministério da Justiça. O relatório, que continha 547 páginas, apontava crimes como estelionato e lavagem de dinheiro.

A CPI foi instaurada para investigar irregularidades no setor de apostas online e a atuação de influenciadores. A relatora destacou que as evidências reunidas indicam a prática de crimes, especialmente em relação à publicidade enganosa. Virgínia foi acusada de induzir seus seguidores a apostarem em sites, utilizando uma "conta simulada" para suas publicidades.

Deolane, por sua vez, foi citada por sua ligação com a empresa Zeroum, que opera sem autorização do governo federal. O relatório sugere que ela pode ter cometido lavagem de dinheiro ao ocultar sua verdadeira condição na empresa. A influenciadora comentou que o relatório omitiu nomes importantes.

Além das influenciadoras, o relatório pedia o indiciamento de empresários do setor, como Fernando Oliveira Lima, da One Internet Group. A defesa de Fernando negou irregularidades, afirmando que todas as suas atividades estão devidamente registradas.

O relatório também sugeria propostas de regulamentação para o setor de apostas, incluindo o fim da publicidade em eventos esportivos e a proibição de beneficiários de programas sociais de participar de apostas. Soraya defendeu a necessidade de uma regulação mais rigorosa, ressaltando os benefícios que as apostas esportivas podem trazer ao esporte nacional.