Cid confirma ao STF recebimento de dinheiro de Braga Netto em esquema golpista

O tenente-coronel Mauro Cid reafirmou, em acareação realizada nesta terça-feira, 24, que recebeu dinheiro do ex-ministro Walter Braga Netto para financiar o plano denominado Punhal Verde e Amarelo. A acareação, conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, faz parte da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual ambos são réus, sendo Cid também delator.

Durante o depoimento, Cid e Braga Netto concordaram que discutiram a possibilidade de obter recursos do PL, com Cid buscando Braga Netto. Após a negativa do tesoureiro do PL, coronel Marcelo Azevedo, Cid alegou que Braga Netto se comprometeu a buscar o dinheiro de outra forma. Segundo Cid, a entrega ocorreu em uma sacola de vinhos no Palácio da Alvorada, em 9 de dezembro de 2022. Braga Netto, por sua vez, negou a entrega e afirmou que o assunto não foi mais tratado após a negativa do PL.

Cid afirmou que a sacola estava lacrada e não viu o dinheiro, mas recordou que recebeu o pacote em uma manhã, em um dos três locais possíveis no Alvorada. O ex-ministro, ao ser questionado, apenas confirmou a conversa inicial sobre a necessidade de recursos, sem mencionar qualquer repasse. Na parte final da acareação, Cid disse que Braga Netto afirmou que a sacola continha dinheiro para suprir o pedido negado pelo PL.

Além disso, Cid mencionou que repassou a sacola ao major Rafael de Oliveira, membro de um grupo militar conhecido como "kids pretos", que é suspeito de planejar a morte do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e de Alexandre de Moraes. O plano, batizado de Punhal Verde e Amarelo, levanta preocupações sobre a segurança e a estabilidade política no país.