Cid revela cálculo de valores recebidos de Braga Netto com base em 'peso da sacola'

O tenente-coronel Mauro Cid reafirmou sua versão sobre a entrega de dinheiro pelo ex-ministro Braga Netto durante acareação no Supremo Tribunal Federal (STF). Cid alegou que a quantia foi calculada pelo peso da sacola de vinho em que o dinheiro teria sido transportado. Netto, por sua vez, negou a entrega, chamando Cid de mentiroso.

Durante a audiência, que durou quase duas horas, a defesa de Netto destacou contradições nas declarações de Cid, especialmente sobre o local da suposta entrega. O advogado de Netto, José Luis de Oliveira, afirmou que Cid estava constrangido e não retrucou as acusações. A defesa de Cid, representada por Vânia Bitencourt, contestou as alegações de contradição, afirmando que seu cliente manteve a mesma versão.

A acareação foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, com a participação do procurador-geral da República, Paulo Gonet. As defesas de Netto e do ex-ministro Anderson Torres solicitaram as acareações para esclarecer divergências entre os relatos. A defesa de Netto apontou duas contradições principais: uma reunião em sua casa e a entrega de dinheiro.

Cid mencionou que, em uma reunião, outros militares expressaram insatisfação com o resultado das eleições e que ele teria solicitado recursos a Netto. A entrega do dinheiro, segundo Cid, ocorreu em um dos dois locais mencionados, mas ele não se lembrava exatamente do ponto. Netto, que está preso preventivamente, foi autorizado a comparecer presencialmente à audiência, enquanto Freire Gomes, ex-comandante do Exército, será ouvido em seguida.