Mauro Cid revela estratégia contra Bolsonaro em meio à pressão política

O tenente-coronel Mauro Cid, delator em investigações sobre um suposto plano de golpe envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, revelou à Polícia Federal que advogados do ex-presidente pressionaram sua família para obstruir sua delação premiada. A pressão incluiu abordagens a sua esposa, mãe e filha de 14 anos, com o objetivo de convencê-lo a mudar sua equipe de defesa.

Beto Vasques, professor da FESPSP, criticou essa abordagem como "canalha e assustadora". Ele destacou que a pressão sobre uma pré-adolescente é uma prática inaceitável, comparando-a a ações de organizações criminosas. Vasques afirmou que a situação é digna de espanto e reflete um nível de delinquência que não se vê frequentemente na vida pública brasileira.

Cid, ao se sentir ameaçado, decidiu usar um "supertrunfo" em seu depoimento. Ele relatou que, quando os advogados tentaram forçá-lo a desistir da delação, ele lembrou de informações que poderiam comprometer Bolsonaro. O professor Vasques enfatizou que essa dinâmica entre os envolvidos se assemelha a uma "briga de máfia", onde a pressão e a intimidação são comuns.

A Procuradoria-Geral da República já apresentou uma denúncia contra Bolsonaro, e as investigações continuam a se aprofundar. A situação levanta questões sobre a ética na advocacia e o comportamento de figuras ligadas ao bolsonarismo, que frequentemente surpreendem com suas ações.