A prisão de Braga Netto impulsiona investigações contra Bolsonaro

Walter Braga Netto, ex-ministro, permanece em prisão preventiva desde dezembro do ano passado, junto com Jair Bolsonaro e outros aliados, por envolvimento em uma ação penal relacionada a uma trama golpista. O andamento do processo foi acelerado devido à sua detenção, que impede a paralisação dos prazos durante o recesso do Judiciário, que se inicia na quarta-feira e vai até o final de julho.

Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu prazos para as alegações finais na ação penal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) terá 15 dias para se manifestar, podendo optar pela absolvição ou condenação dos réus. O tenente-coronel Mauro Cid, que fez um acordo de delação premiada, apresentará suas alegações antes dos demais réus, incluindo Braga Netto.

Todas as alegações devem ser concluídas até a metade de agosto. Após isso, Moraes elaborará seu voto e liberará o processo para julgamento, que pode ocorrer entre o final de agosto e o início de setembro. O ministro destacou que os prazos não serão suspensos devido à prisão de Braga Netto, o que, em circunstâncias normais, poderia atrasar o processo em cerca de um mês.

A defesa de Braga Netto já solicitou a liberdade do ex-ministro em diversas ocasiões, com a última negativa ocorrendo no final de maio. Moraes justificou a manutenção da prisão por questões de conveniência da instrução criminal e para garantir a aplicação da lei penal. Recentemente, os advogados do ex-ministro apresentaram um novo pedido de liberdade, que ainda aguarda avaliação, pedindo urgência na análise.