01 de jul 2025

PM do RJ faz estimativa polêmica sobre público em ato de Bolsonaro
Polícia Militar do Rio de Janeiro estima 400 mil participantes em ato, enquanto pesquisa da USP aponta apenas 18,3 mil.

Manifestação em Copacabana pede anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro (Foto: Betinho Casas Novas / TV Globo)
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A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) estimou a presença de 400 mil pessoas em um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, realizado em 16 de março. A estimativa, baseada em observações visuais, gerou polêmica, especialmente após a contagem de 18,3 mil participantes realizada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) utilizando tecnologia avançada.
A PM fluminense quebrou um protocolo de não divulgação de estimativas, o que gerou críticas até entre membros da própria corporação. A ordem para a divulgação do número partiu do Palácio Guanabara. A resposta da PM à solicitação feita via Lei de Acesso à Informação, que deveria ter sido entregue em 30 dias, chegou com dois meses de atraso e revelou que a contagem foi feita por meio de imagens aéreas e monitoramento em solo.
Métodos de Contagem
Os pesquisadores da USP utilizaram um método tecnológico chamado Point to Point Network (P2PNet), que envolve a análise de imagens aéreas para contar a quantidade de pessoas. Durante o evento, foram tiradas 66 fotos em horários distintos, e seis delas, capturadas no pico da manifestação, foram selecionadas para a contagem. O sistema de inteligência artificial utilizado apresenta uma precisão de 72,9% na identificação de indivíduos.
Em um novo ato realizado em São Paulo no dia 29 de março, a USP estimou a presença de 12,4 mil pessoas. A PM de São Paulo, ao contrário da PM-RJ, não divulgou dados sobre o evento, mantendo a tendência de não fornecer estimativas de público em manifestações políticas.
Repercussão e Críticas
A estimativa da PM-RJ, publicada em suas redes sociais, alcançou 11,9 milhões de visualizações, enquanto o perfil da corporação possui cerca de 373 mil seguidores. A discrepância entre os números gerou debates acalorados nas redes sociais, com ataques direcionados aos pesquisadores da USP. A falta de transparência e a utilização de métodos não tecnológicos pela PM-RJ levantaram questões sobre a credibilidade das informações divulgadas em eventos políticos.
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