03 de jul 2025

Funcionários da CBS News expressam preocupações após acordo com Trump
Paramount Global paga US$ 16 milhões a Trump e gera polêmica sobre liberdade de imprensa e pressão política sobre a mídia.

Erik McGregor/LightRocket/Getty Images/File
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Paramount Global enfrenta forte crítica após decidir resolver um processo judicial movido por Donald Trump, que poderia ter sido vencido em tribunal. O acordo, anunciado recentemente, envolve um pagamento de US$ 16 milhões para a biblioteca presidencial de Trump, levantando preocupações sobre a liberdade de imprensa.
A decisão de acertar com Trump foi considerada por muitos como uma capitulação corporativa. Al Tompkins, professor de jornalismo, destacou que o resultado do acordo é "desconcertante". Funcionários da CBS News, que produz o programa "60 Minutes", expressaram receio sobre as implicações futuras. Um colaborador anônimo mencionou que há "grande medo sobre o que vem a seguir".
O acordo foi criticado por especialistas em liberdade de imprensa, que afirmam que ele pode encorajar mais ações legais contra a mídia. A Fundação para os Direitos Individuais e a Expressão afirmou que "comportamentos que são recompensados são repetidos". A senadora Elizabeth Warren chamou a situação de "suborno à vista", enquanto o senador Ron Wyden prometeu ação contra os executivos corporativos que "traíram a democracia".
Contexto do Processo
O processo judicial de Trump contra a CBS surgiu após uma edição de uma entrevista com a então vice-presidente Kamala Harris. Embora a edição fosse uma prática comum em redes de televisão, Trump alegou que houve "irregularidades". O acordo com Paramount foi interpretado como uma forma de evitar mais conflitos, especialmente em meio a um processo de fusão com a Skydance Media.
A crítica se intensificou quando a conexão entre o acordo e a fusão foi sugerida. Trump, ao comentar sobre o processo, fez referências ao acordo como parte de uma estratégia mais ampla. Jameel Jaffer, do Knight First Amendment Institute, afirmou que a biblioteca presidencial de Trump se tornará um "monumento à rendição da Paramount".
Repercussões na Mídia
A decisão de Paramount gerou um debate sobre a ética na mídia e a pressão que figuras políticas exercem sobre as organizações de notícias. Paul Farhi, veterano repórter de mídia, observou que a Paramount recebeu a maior parte das críticas, enquanto Trump é visto como um "espectador passivo". A situação levanta questões sobre como as empresas de mídia devem responder a pressões externas.
Enquanto isso, jornalistas da CBS News buscam continuar seu trabalho, apesar das preocupações sobre a liberdade de imprensa. Tompkins ressaltou que a decisão não reflete o trabalho essencial do "60 Minutes", mas sim a dinâmica de um presidente vindicativo e de líderes corporativos que não valorizam a independência da mídia.
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