03 de jul 2025


José Sócrates enfrenta julgamento por corrupção após 10 anos de sua detenção
José Sócrates inicia julgamento por corrupção e lavagem de dinheiro, com impacto potencial na política portuguesa. Defesa aponta motivação política.

Ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates, em Oporto em 2021 durante a apresentação de seu livro 'So agora começou'. (Foto: Rita Franca/NurPhoto/Getty Images)
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José Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal, enfrenta um julgamento marcado para 19 de outubro no Tribunal Criminal Central de Lisboa. Ele é acusado de 22 crimes, incluindo corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal, no âmbito da Operação Marquês. O processo judicial se arrasta há mais de uma década, desde sua detenção em 2014.
A defesa de Sócrates alega que o processo é motivado politicamente e que houve manipulação judicial. O ex-primeiro-ministro, que governou entre 2005 e 2011, chegou ao tribunal sozinho, em contraste com sua imagem anterior como líder reformista. Ele contestou a imparcialidade da juíza Susana Seca, afirmando que sua escolha compromete a justiça do caso.
Durante o julgamento, Sócrates é acusado de ter recebido 34 milhões de euros em subornos de empresas que se beneficiaram de sua gestão, como o Grupo Espírito Santo. O processo inclui outros réus, como o empresário Carlos Santos Silva, suposto testaferro de Sócrates, e ex-ministros como Armando Vara. A maioria dos acusados optou pelo silêncio, enquanto Sócrates se manifestou sobre as irregularidades do processo.
Desdobramentos do Caso
O julgamento deve se estender por vários meses, com 650 testemunhas previstas. A expectativa é alta, dado o impacto que o caso pode ter na política e na sociedade portuguesa. Sócrates também apresentou uma queixa ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, alegando que o processo é um exemplo de lawfare, ou uso judicial para fins políticos.
O ex-primeiro-ministro teve uma carreira notável no Partido Socialista, sendo o primeiro a conseguir uma maioria absoluta. Sua gestão foi marcada por grandes investimentos públicos e reformas sociais, mas também por confusões entre interesses públicos e privados. O desfecho deste julgamento pode influenciar significativamente o cenário político em Portugal.
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