PSOE implementa controles patrimoniais para combater a corrupção interna

Pedro Sánchez, líder do PSOE, enfrenta uma crise interna após o escândalo de corrupção que resultou na prisão preventiva de Santos Cerdán, ex-secretário de organização. Neste sábado, durante o Comitê Federal, Sánchez tentará implementar novas medidas anticorrupção para restaurar a confiança no partido.

Entre as principais propostas, estão controles patrimoniais aleatórios para altos cargos, visando prevenir enriquecimento ilícito. Esses controles serão complementares à declaração de bens já exigida, buscando maior transparência. A ideia é que esses mecanismos dificultem a ocultação de informações, como evidenciado pelo caso Cerdán.

Além disso, o PSOE planeja uma estrutura de decisão mais horizontal, especialmente em questões econômicas. Essa mudança visa evitar a concentração de poder, como ocorreu com Cerdán, que não enfrentava contrapesos internos. As decisões financeiras, como contratações, passarão a exigir dupla assinatura e controle cruzado, aumentando a responsabilidade.

A reforma também inclui o fortalecimento do sistema interno de compliance, que agora dependerá diretamente da Executiva Federal, e não mais da secretaria de Organização, que esteve no centro do escândalo. O novo sistema terá mais recursos e poderá realizar auditorias externas, além de investigar possíveis indícios de corrupção.

Essas medidas foram elaboradas por um grupo coordenado por María Jesús Montero, vice-presidente do Governo, e visam responder às demandas por mudanças significativas no funcionamento do partido. O Comitê Federal deste sábado será um teste crucial para a liderança de Sánchez e a capacidade do PSOE de se reinventar em meio à crise.