07 de jul 2025

Inquérito revela que policial que atirou em adolescente indígena era 'racista'
Investigação revela racismo institucional na polícia do Território do Norte após a morte de adolescente indígena, com 32 recomendações para mudanças.

Pessoas indígenas estão desproporcionalmente representadas em mortes sob custódia na Austrália - uma tendência que alimenta protestos frequentes. (Foto: Getty Images)
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Investigação Revela Racismo em Caso de Morte de Adolescente Indígena
Uma investigação do coroner sobre a morte do adolescente indígena Kumanjayi Walker, ocorrida em 2019, concluiu que o policial Zachary Rolfe era "racista" e que a morte de Walker foi "evitável". O caso, que gerou protestos sobre mortes de indígenas sob custódia, destaca o racismo institucional na polícia do Território do Norte (NT).
Walker, de 19 anos, foi morto a tiros por Rolfe durante uma prisão em Yuendumu, uma comunidade indígena remota. Rolfe, que não é mais policial, foi absolvido de homicídio em 2022. A juíza Elisabeth Armitage, responsável pela investigação, afirmou que Rolfe se beneficiava de uma organização marcada por racismo estrutural. Ela apresentou suas conclusões em um evento ao ar livre em Yuendumu, onde enfatizou que a morte de Walker poderia ter sido evitada.
Decisões Flawed e Racismo Institucional
A juíza Armitage destacou que Rolfe fez uma "série de decisões equivocadas" que resultaram em "jeopardy induzido pelo oficial". A situação, segundo ela, foi criada pela polícia, que "desnecessariamente se colocou em perigo". Rolfe, um ex-soldado, tinha uma atração por situações de combate e ignorou um plano de prisão elaborado por uma colega.
Durante a abordagem, Walker, que tinha um histórico de trauma, foi alvejado após uma breve luta. Rolfe disparou três vezes, sendo que os dois últimos tiros foram considerados desnecessários pelos promotores. A juíza também criticou a forma como Walker foi tratado após ser ferido, afirmando que "arrastá-lo foi um ato desrespeitoso".
Recomendações para Mudanças
A juíza fez 32 recomendações para melhorar a atuação da polícia no NT, incluindo a criação de "acordos de respeito mútuo" sobre o uso de armas na comunidade de Yuendumu e a necessidade de fortalecer a estratégia anti-racismo da polícia. O comissário interino da polícia do NT, Martin Dole, reconheceu que a investigação foi uma jornada dolorosa e se comprometeu a garantir que as lições aprendidas não sejam esquecidas.
A família de Walker, representada por sua prima Samara Fernandez-Brown, considerou o relatório "avassalador" e afirmou que irá avaliar as recomendações apresentadas. A investigação sobre a morte de Walker foi iniciada em 2022, conforme a legislação do NT, que exige a apuração de todas as mortes em custódia. As conclusões, embora impactantes, não possuem caráter legal vinculativo.
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