Moraes prorroga investigação da PF sobre Eduardo Bolsonaro por mais 60 dias

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, prorrogou por 60 dias o inquérito que investiga o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão, publicada nesta terça-feira, 8 de outubro, atende a um pedido da Polícia Federal, que justificou a necessidade de mais diligências.

A investigação, iniciada em maio, apura se Eduardo Bolsonaro tentou interferir em ações judiciais no Brasil enquanto reside nos Estados Unidos. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou possíveis crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de direito. A PGR ainda não formalizou acusações contra o deputado.

Eduardo, que se licenciou do mandato em março, intensificou suas atividades no exterior, buscando apoio de figuras como Donald Trump. Recentemente, Trump criticou o STF e defendeu Jair Bolsonaro, o que gerou reações do governo brasileiro, reafirmando a soberania nacional. A situação reflete um clima de tensão entre o Judiciário e a ala bolsonarista.

Desdobramentos da Investigação

A prorrogação do inquérito é um reflexo da complexidade das apurações. A Polícia Federal já havia relatado dificuldades em notificar Eduardo, que ignorou tentativas de contato. O inquérito visa esclarecer sua possível participação em ações que buscam desestabilizar o Estado democrático de direito.

Eduardo Bolsonaro, em suas declarações, tem criticado abertamente o ministro Moraes, referindo-se a ele de maneira pejorativa. A investigação também ocorre em um contexto de crescente tensão internacional, com Eduardo buscando influenciar decisões do governo dos EUA sobre autoridades brasileiras.

A continuidade das investigações é essencial para que a PGR possa decidir se apresentará uma denúncia ou solicitará o arquivamento do caso. O desfecho do inquérito poderá ter implicações significativas tanto para Eduardo quanto para a política brasileira em geral.