Carlo Ancelotti é condenado a um ano de prisão por fraude fiscal na Espanha

Carlo Ancelotti, técnico da seleção brasileira, foi condenado a um ano de prisão e a uma multa de 387 mil euros (aproximadamente R$ 2,4 milhões) por fraude fiscal. A decisão foi anunciada pelo Tribunal de Madri nesta quarta-feira, 9 de outubro, e se refere a irregularidades fiscais ocorridas em 2014, durante sua passagem pelo Real Madrid.

A acusação sustenta que Ancelotti não declarou rendimentos de direitos de imagem, totalizando mais de um milhão de euros. Os promotores alegaram que o treinador utilizou um sistema complexo de empresas de fachada para ocultar esses ganhos. Durante o julgamento, Ancelotti afirmou que o método de pagamento foi sugerido pelo clube e que "todos os jogadores o fazem", negando qualquer intenção de fraudar o fisco.

Além da pena de prisão, Ancelotti ficará impedido de receber auxílios públicos por três anos. A legislação espanhola permite que penas inferiores a dois anos para crimes não violentos não exijam cumprimento em regime fechado, o que pode beneficiar o treinador. A defesa considerou a sentença um sucesso, já que a pena solicitada pelo Ministério Público era de quatro anos e nove meses.

Ancelotti já havia enfrentado investigações fiscais anteriormente, sendo absolvido de acusações relacionadas a 2015. O tribunal não conseguiu comprovar que ele era residente fiscal na Espanha naquele ano, o que resultou em um ressarcimento de impostos pagos a mais. O técnico, que atualmente recebe 10 milhões de euros anuais na seleção, poderá quitar a multa rapidamente.

A situação de Ancelotti levanta questões sobre a responsabilidade fiscal de figuras públicas no esporte e pode impactar sua carreira à frente da seleção brasileira, especialmente em um período de transição e preparação para competições internacionais.