Papa Francisco aborda abusos e moralidade em encontro com jovens no documentário "Amém"

O documentário "Amém: Perguntando ao Papa", lançado em 2023, apresenta uma conversa entre o Papa Francisco e dez jovens sobre temas sensíveis, como abuso sexual e moralidade. O diretor Màrius Sánchez destaca a emoção de um momento em que um jovem espanhol, Juan Cuatrecasas, compartilha seu trauma de abuso em um colégio do Opus Dei. Ele questiona o Papa sobre a resposta da Igreja ao seu agressor, que recebeu uma pena reduzida.

O Papa expressa sua dor em relação aos abusos e reafirma a política de tolerância zero da Igreja. Ele reconhece que o abuso de menores é um drama que vai além da Igreja, mas enfatiza que a instituição está trabalhando para combater essa cultura. Outro jovem participante ressalta que a cultura do abuso persiste, e o Papa concorda que a Igreja enfrenta desafios nesse aspecto.

Diversidade de Temas
Os jovens abordam questões como pornografia e aborto. A modelo colombiana María Alejandra Ramírez discute a moralidade da pornografia, e o Papa destaca que a moralidade depende do uso dos meios de comunicação. Ele afirma que a expressão sexual é uma riqueza, mas deve ser feita de forma que não diminua a dignidade humana.

Milagros Acosta, uma jovem argentina, entrega um lenço verde ao Papa, símbolo da luta pela legalização do aborto. Ela questiona a posição da Igreja sobre o tema, e Francisco responde que a misericórdia deve prevalecer. Ele também analisa a questão do aborto sob uma perspectiva científica, afirmando que é uma vida humana em desenvolvimento.

Reflexões sobre o Clero
Lucía Zegarra, ex-religiosa, relata sua experiência de abuso psicológico na formação religiosa. O Papa reconhece a corrupção dentro da Igreja e a necessidade de abordar esses problemas. Ele afirma que o ato mais corajoso pode ser deixar um ambiente abusivo.

Sánchez e o jornalista Jordi Évole, idealizadores do documentário, conseguiram a participação do Papa, que não quis saber previamente as histórias dos jovens. O filme foi gravado em um espaço de coworking em Roma, evitando a formalidade do Vaticano. Após assistir ao documentário, Francisco elogiou o trabalho, afirmando que ele representa a realidade vivida.