Igreja Católica no Brasil reflete diversidade de opiniões entre fiéis em pesquisa recente

A Igreja Católica exerce uma forte influência na vida cotidiana dos brasileiros, que somam cerca de 120 milhões de fiéis, tornando o Brasil o país com o maior número de católicos do mundo. Uma pesquisa recente, realizada pela MindMiners e encomendada pela revista VEJA, revelou que a maioria dos católicos brasileiros se considera moderada em termos políticos.

Quarenta e nove por cento dos entrevistados desejam uma Igreja que mantenha um equilíbrio entre tradições e mudanças. Outros vinte e sete por cento esperam uma maior abertura para transformações sociais. O levantamento mostrou que trinta e sete por cento dos católicos se identificam como moderados, enquanto dezesseis por cento se consideram muito progressistas e outros dezesseis por cento se definem como um pouco conservadores.

Expectativas para a Igreja

Quando questionados sobre a postura que esperam da Igreja nos próximos anos, a maioria dos fiéis optou pelo equilíbrio. Apenas quatorze por cento acreditam que a Igreja deve reforçar tradições e valores antigos, enquanto onze por cento não têm uma opinião formada sobre o assunto. O mestre em Ciências da Religião, Victor Gama, destaca que, apesar da tendência moderada, existe uma parcela influente de conservadores que mobiliza a opinião pública.

O padre Júlio Lancellotti, um expoente da vertente social da Igreja, observa que a polarização também reflete a sociedade brasileira. Ele aponta que a religiosidade atual está ligada ao fundamentalismo e que muitos buscam uma religião voltada para o sucesso pessoal, em vez de um compromisso coletivo.

Esses dados indicam que a Igreja Católica no Brasil enfrenta um cenário de diversidade de opiniões, com uma base de fiéis que busca um equilíbrio entre tradição e inovação, refletindo as transformações sociais em curso.