Escolas russas enfrentam resistência de pais e professores contra a propaganda patriótica

A Rússia tem enfrentado resistência de pais e professores em relação à educação patriótica nas escolas, implementada após a invasão da Ucrânia em 2022. Recentemente, estratégias como homeschooling e agendas falsas têm sido adotadas para evitar aulas de propaganda.

Algumas escolas têm elaborado cronogramas alternativos para ocultar suas tentativas de evitar a matéria de "conversações importantes", que inclui o hasteamento da bandeira russa e discussões sobre valores familiares e glórias militares. Pais e professores afirmam que a propaganda do governo é generalizada, levando a uma luta constante para proteger as crianças da desinformação.

Varvara, mãe de quatro filhos, descreve a situação como um jogo de gato e rato. Ela menciona atividades que considera parte do esforço de guerra, como concursos de canções militares e excursões para ouvir discursos pró-guerra. O analista político Andrei Kolesnikov destaca que a criação de uma geração patriótica é crucial para o Kremlin, que busca perpetuar seu poder.

Resistência nas Escolas

Apesar da aceitação generalizada das aulas, muitos pais têm tentado evitar a propaganda. Algumas escolas ignoram as faltas dos alunos nas aulas de "conversações importantes". Irina, mãe de dois meninos, relata que seu filho pode faltar às aulas por estar matriculado em atividades extracurriculares. Outros pais adotam táticas semelhantes, mas com cautela devido aos riscos de retaliação.

Um caso alarmante ocorreu quando um pai foi condenado por "desacreditar as Forças Armadas russas" e perdeu a guarda da filha após ela desenhar uma bandeira ucraniana. Para escapar do ambiente escolar considerado tóxico, alguns pais optaram pelo ensino domiciliar, que é permitido pela legislação russa.

Contabilidade Criativa

Professores contrários à guerra também têm resistido à propaganda. Olga, professora de história, menciona que algumas escolas realizam uma "contabilidade criativa", mantendo um cronograma oficial para as autoridades e outro sem aulas de propaganda. Apesar da pressão, ela se recusa a deixar a profissão, afirmando que as crianças têm mais compreensão do que se imagina.