13 de mai 2025
Zâmbia critica interferência de diplomatas após corte de ajuda dos EUA por corrupção
Ministro zambiano critica interferência diplomática após cortes de ajuda dos EUA por roubo de medicamentos; 75 prisões foram realizadas.
Ministro das Relações Exteriores, Mulambo Haimbe, afirma que os embaixadores não devem se dirigir ao governo pela imprensa. (Foto: Ministério das Relações Exteriores da Zâmbia)
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Zâmbia enfrenta uma crise de corrupção relacionada ao roubo de medicamentos doados, o que levou o embaixador dos Estados Unidos a anunciar cortes significativos na ajuda de saúde ao país. O ministro das Relações Exteriores, Mulambo Haimbe, alertou diplomatas contra a interferência nos assuntos internos da Zâmbia, em resposta às preocupações levantadas por Michael Gonzales, embaixador dos EUA em Lusaka.
Gonzales anunciou que os EUA cortariam US$ 50 milhões em ajuda de saúde devido ao "roubo sistemático" de medicamentos. Ele afirmou que essa decisão foi tomada após mais de 30 reuniões infrutíferas com autoridades zambianas. Haimbe criticou a abordagem do embaixador, afirmando que a comunicação através da mídia viola convenções diplomáticas.
Ações do Governo Zambiano
O ministro da Administração Interna, Jacob Mwiimbu, informou que uma auditoria forense sobre o roubo foi concluída, resultando em 75 prisões. A operação incluiu a investigação de mais de 400 unidades de saúde em todo o país. Mwiimbu garantiu que não haverá "vacas sagradas" na busca por justiça.
A embaixada dos EUA revelou que, em uma inspeção realizada em mais de 2 mil farmácias, a maioria estava vendendo medicamentos doados. O ministro da Saúde, Elijah Muchima, reconheceu que o problema de roubo é anterior ao governo atual, que assumiu em 2021. Ele também mencionou que um sistema digital avançado de rastreamento de estoques foi implementado para monitorar a distribuição de medicamentos.
Impacto da Redução de Ajuda
A redução da assistência dos EUA afetará o fornecimento de medicamentos para tratar malária, HIV e tuberculose. Apesar disso, Muchima assegurou que há estoques suficientes para evitar escassez imediata. Gonzales destacou que essa medida é distinta do congelamento de ajuda anunciado pelo ex-presidente Donald Trump, que impactou programas de saúde em toda a África.
Os EUA representam cerca de um terço do gasto público em saúde na Zâmbia, segundo a embaixada. O presidente zambiano, Hakainde Hichilema, já havia comentado sobre a necessidade de fortalecer a economia do país para garantir a compra de medicamentos.
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