Serrita se prepara para a Festa do Jacó com polêmicas e gastos milionários

A Missa do Vaqueiro, tradicional evento em Serrita, enfrenta polêmicas em 2025. A prefeitura, sob a gestão do prefeito Aleudo Benedito, lançou a Festa do Jacó, que ocorrerá de 17 a 20 de julho, substituindo a missa tradicional. O evento contará com shows e apoio do governo, enquanto a Fundação João Câncio organiza sua própria missa.

A nova festa gerou críticas, especialmente após a prefeitura ter sido multada por gastos excessivos em eventos anteriores. Em 2023, a administração gastou R$ 3,75 milhões na festa, apesar de recomendações do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para reduzir despesas. O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) apontou irregularidades na contratação de artistas e na gestão financeira do evento.

A Festa do Jacó homenageia Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga, assassinado em 1954. O prefeito tentou mudar o nome da Missa do Vaqueiro para Festa do Jacó em 2022, mas não obteve apoio na Câmara de Vereadores. Mesmo assim, a nova festa foi aprovada em abril de 2025, apesar das advertências do MPPE sobre a substituição simbólica da missa tradicional, considerada patrimônio cultural.

A Missa do Vaqueiro, que ocorrerá no terceiro domingo de julho, contará com a presença de artistas renomados. A Fundação João Câncio, que organizava o evento anteriormente, também realizará sua missa no domingo seguinte, com apoio de empresários locais. O empresário Antônio Souza, que tem laços políticos, está financiando a missa da fundação, que busca manter a tradição.

A situação revela um conflito entre a prefeitura e a fundação, com a administração municipal buscando ampliar o evento e atrair mais recursos, enquanto a fundação defende a preservação da cultura sertaneja. A disputa entre as duas missas reflete tensões políticas e culturais em Serrita, com a comunidade dividida sobre o futuro da celebração.