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Reforma do Código Civil permite negociação de herança de pessoas vivas em novas situações

Senador propõe reforma que permite negociação de herança de pessoas vivas em casos específicos, desafiando interpretação atual do Código Civil.

Foto: Reprodução

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O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) apresentou uma proposta de reforma do Código Civil que permite a negociação da herança de uma pessoa viva em situações específicas. O projeto, que altera o artigo 426, visa facilitar o planejamento sucessório e evitar controvérsias jurídicas.

As novas diretrizes incluem quatro exceções à proibição atual, que impede a realização de contratos sobre heranças. Entre as mudanças, destaca-se a possibilidade de renúncia à herança por meio de pacto antenupcial ou convivencial. Essa medida busca proteger os direitos dos filhos de um relacionamento anterior em casos de novos casamentos.

Outro aspecto relevante da proposta é a permissão para acordos sobre partilhas de participações societárias entre descendentes. O texto também aborda a colação de bens e o excesso inoficioso, que ocorre quando uma doação ultrapassa a metade do patrimônio do doador, afetando a parte legítima dos herdeiros.

O professor de Direito Mário Luiz Delgado, relator da subcomissão responsável pela proposta, afirma que a mudança visa esclarecer interpretações equivocadas do artigo atual. Ele destaca que a renúncia não é um contrato, mas um ato unilateral, e que a nova legislação busca evitar disputas judiciais entre herdeiros.

A proposta estabelece que qualquer acordo sobre herança fora das exceções mencionadas será considerado nulo. A vedação a negociações sobre heranças tem origem no direito romano, visando evitar conflitos de interesse que poderiam surgir com a venda de heranças.

Silvia Felipe Marzagão, especialista em direito de família, alerta que a reforma pode gerar judicialização em casos onde o autor da herança não participa das negociações. Ela ressalta a importância de garantir que os acordos entre herdeiros respeitem a vontade do proprietário dos bens.

A proposta ainda está em discussão no Congresso e pode sofrer alterações antes de sua aprovação final.

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