07 de fev 2025
Dopamina em excesso: a busca por prazer pode levar à insatisfação na vida moderna
Anna Lembke, psiquiatra da Universidade Stanford, discute a dopamina e vícios. A tecnologia e redes sociais banalizam a busca por prazer, gerando insatisfação. O ciclo de prazer e abstinência causa ansiedade e depressão, segundo Lembke. A autora alerta sobre a indiferença ao sofrimento alheio em tempos digitais. Lembke defende enfrentar desconfortos para desenvolver resiliência emocional.
Repetidas exposições a esses estímulos que tanto nos atraem na vida moderna têm contribuído para uma constante sensação de insatisfação. (Foto: Getty Images)
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A psiquiatra norte-americana Anna Lembke, chefe da clínica de vícios da Universidade Stanford, alerta sobre a crescente insatisfação na vida moderna, impulsionada pela busca incessante por prazer imediato. Em seu livro, Nação Dopamina, Lembke discute como a dopamina, um neurotransmissor ligado à motivação e ao sistema de recompensa, influencia comportamentos e a percepção de prazer. A autora destaca que, embora a dopamina seja frequentemente chamada de "hormônio do prazer", sua função real está mais relacionada ao estímulo e à recompensa do que à sensação de prazer em si.
Lembke explica que a busca constante por experiências prazerosas pode levar a um ciclo de tolerância, onde o cérebro exige doses maiores de estímulos para alcançar a mesma satisfação. Esse fenômeno é exacerbado pela tecnologia e pelas mídias sociais, que oferecem acesso ilimitado a novidades e interações, criando um ambiente propício ao vício. A psiquiatra observa que essa dinâmica pode resultar em uma indiferença ao sofrimento alheio, à medida que as pessoas se tornam cada vez mais entorpecidas pelas experiências digitais.
A autora também compartilha suas próprias lutas com compulsões, revelando como sua fixação por romances eróticos interferiu em sua vida pessoal e profissional. Lembke enfatiza a importância de enfrentar o desconforto e a dor, argumentando que evitar essas experiências pode privar as pessoas de desenvolver resiliência emocional. Ela critica a tendência de usar medicamentos para eliminar a dor, sugerindo que isso pode levar a uma dependência e a uma desconexão das emoções que nos tornam humanos.
Por fim, Lembke propõe que, em vez de buscar soluções rápidas através de medicamentos, devemos reavaliar nossas experiências e aprender a lidar com o desconforto. Ela acredita que essa abordagem pode ajudar a construir uma fortaleza mental necessária para enfrentar os desafios da vida moderna, promovendo um entendimento mais profundo sobre o que significa ser humano em um mundo em constante mudança.
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