Tratamento tópico promete reduzir sinais sistêmicos de envelhecimento

Um novo estudo publicado no Journal of Cosmetic Dermatology revela que a formulação tópica OS-01, um peptídeo senoterapêutico, pode melhorar a função da barreira da pele e reduzir marcadores inflamatórios sistêmicos, sugerindo um impacto positivo no envelhecimento biológico. A pesquisa, conduzida por cientistas da OneSkin e colaboradores acadêmicos, envolveu 60 mulheres entre 60 e 90 anos em um ensaio clínico de 12 semanas.

Os participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu um hidratante comercial e o outro a formulação OS-01, que combina o Peptídeo 14 com ingredientes antioxidantes e anti-inflamatórios. O estudo avaliou métricas da barreira cutânea, como hidratação e perda de água transepidérmica (TEWL), além de mudanças sistêmicas, incluindo níveis de citocinas plasmáticas e idade biológica por meio do teste GlycanAge.

Resultados Promissores

Os resultados mostraram que o grupo que utilizou a formulação OS-01 apresentou melhorias significativas na hidratação da pele e na TEWL, especialmente nas partes superiores dos braços. Os participantes relataram também uma melhora na qualidade da pele, incluindo elasticidade e aparência geral. A análise dos perfis de citocinas revelou que os níveis de IL-8 e IL-10 foram reduzidos no grupo OS-01, enquanto o grupo controle apresentou aumentos em TNF-α e IFN-γ, associados a doenças relacionadas à idade.

Embora o peptídeo OS-01 não tenha sido detectado na corrente sanguínea, os resultados sugerem que a melhora na integridade da barreira cutânea pode influenciar processos fisiológicos sistêmicos. A análise de GlycanAge indicou que as participantes que usaram a formulação não apresentaram o aumento esperado na idade biológica, ao contrário do grupo controle, que teve um aumento médio de quase nove meses.

Implicações para a Saúde da Pele

Os autores do estudo, incluindo os cofundadores da OneSkin, Alessandra Zonari e Mariana Boroni, destacam que esses achados podem indicar um possível desaceleramento dos processos de envelhecimento sistêmico. A pesquisa sugere que a pele pode atuar não apenas como uma barreira, mas também como uma superfície reguladora no processo de envelhecimento.

No entanto, os pesquisadores alertam que o estudo teve uma amostra pequena e homogênea, e que são necessários ensaios maiores e de longa duração para validar esses resultados. A crescente intersecção entre dermatologia e ciência da longevidade abre novas possibilidades para intervenções que vão além dos tratamentos farmacológicos internos.