Maternidades são escolhidas com base em tipo de parto e estrutura de UTI disponível

A escolha da maternidade para o parto é uma decisão crucial que envolve aspectos emocionais e práticos, como orçamento e cobertura de planos de saúde. Médicos recomendam que gestantes avaliem a estrutura das maternidades, taxas de cesárea e suporte para partos normais, além de recursos para complicações e conforto durante a internação.

Embora o parto ocorra frequentemente em hospitais, ele não é um procedimento médico comum. A chegada de um bebê envolve emoções e expectativas que tornam a escolha da maternidade uma decisão que vai além de critérios técnicos. As maternidades oferecem diferenciais, desde suítes luxuosas até tecnologia avançada para partos de risco. Para auxiliar nessa escolha, a Folha consultou especialistas que destacaram pontos essenciais a serem observados.

O primeiro critério geralmente é o orçamento ou a cobertura do plano de saúde. Quando há várias opções, é aconselhável ouvir a opinião do médico que acompanha o pré-natal. O obstetra Elias Ferreira de Melo Jr. ressalta que a percepção do médico pode incluir conveniências financeiras e logísticas. Visitar as maternidades desejadas e discutir a decisão com o obstetra é fundamental.

Estrutura e Recursos

Um aspecto importante é a disponibilidade de salas de parto normal com recursos não farmacológicos para alívio da dor, como banheiras e bolas de pilates. O obstetra Guilherme Lobo afirma que um ambiente acolhedor estimula o parto normal e reduz a cesariana. Além disso, a autonomia do médico durante o trabalho de parto pode influenciar a experiência.

As gestantes devem questionar a taxa de cesárea de cada maternidade e as medidas para reduzi-la. O Brasil apresenta um dos maiores índices de cesáreas do mundo, com quase 60% dos partos realizados por essa via, muito acima da recomendação da OMS, que é de 15%. É essencial garantir que a maternidade tenha estrutura para atender a mãe e o bebê em caso de complicações, especialmente em gestações de risco.

Suporte e Conforto

Elias Melo Jr. enfatiza a importância de se informar sobre a estrutura de suporte, incluindo UTIs neonatal e adulto. A pediatra neonatologista Maria Augusta Gibelli destaca que maternidades com leitos e equipes para gestação de alto risco são essenciais. Recursos como um banco de leite e suporte à lactação também devem ser considerados.

Cristhiane Piazza, grávida de 22 semanas, optou pela maternidade Pro Matre, conhecida por sua estrutura de ponta. Ela priorizou a qualidade das UTIs e a experiência da instituição. A escolha da maternidade deve levar em conta não apenas a hotelaria, mas também os protocolos médicos e a capacidade de atender a possíveis complicações.

Maternidades oferecem comodidades que atraem casais, como suítes amplas e serviços de concierge. Julie Kartali, professora e mãe de dois filhos, ficou impressionada com o conforto das maternidades particulares em São Paulo. No entanto, ela optou por uma opção mais econômica, priorizando a experiência do parto em vez de luxos. Esses detalhes ajudam a criar um ambiente mais acolhedor, conforme ressaltam os especialistas.