03 de fev 2025
Médicos devem resgatar a arte de ouvir e falar na prática da medicina
Fernando Nobre lançou "Homem Médico", abordando a humanização na medicina. O livro critica a falta de empatia e comunicação entre médicos e pacientes. Nobre destaca a diferença entre doença (física) e enfermidade (subjetiva). Estudo revela que médicos interrompem pacientes em média após 11 segundos. Prefácio de Augusto Cury reflete sobre a desumanização na prática médica atual.
Em debate: especialistas questionam a qualidade do ensino e da prática médica no país (Foto: //iStock)
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A medicina, enquanto prática, combina ciência e arte, sendo essencial que os profissionais desenvolvam habilidades de ouvir e falar para interações mais humanas. O cardiologista Fernando Nobre destaca que a ouvir as queixas dos pacientes e oferecer palavras de conforto são fundamentais para a ética na medicina. Ele diferencia os conceitos de doença, que se refere a anormalidades físicas, e enfermidade, que é a percepção subjetiva do paciente sobre seu estado de saúde.
Nobre enfatiza que a enfermidade é o que leva o paciente ao médico, enquanto a doença é o que se constata após a consulta. Ele critica a abordagem atual, onde muitos médicos interrompem os pacientes rapidamente, o que compromete a relação médico-paciente. Um estudo americano revelou que os médicos interrompem a narrativa dos pacientes em média após 11 segundos. O autor cita Nelson Mandela, ressaltando a importância de se comunicar na linguagem do paciente para estabelecer uma conexão mais profunda.
Além disso, Nobre observa que a prática médica defensiva, que prioriza exames em detrimento da comunicação, tem prejudicado a essência da profissão. Ele propõe um retorno ao exame físico atento e à comunicação clara, que transmita confiança e conforto. Para abordar essas questões, Nobre escreveu o livro Homem Médico, que reflete sobre os desafios da medicina contemporânea e busca iluminar as dificuldades enfrentadas pelos médicos.
No prefácio da obra, o psiquiatra Augusto Cury critica a tendência da medicina em se tornar cada vez mais racionalista e organicista, ignorando a complexidade do psiquismo humano. Nobre conclui que é necessário um esforço conjunto para resgatar a prática da medicina, equilibrando sua ciência e arte, e assim, promover um atendimento mais humanizado e eficaz.
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