04 de fev 2025
Lipedema: condição que causa acúmulo de gordura nas pernas e afeta mulheres
O lipedema, reconhecido pela OMS em 2022, afeta principalmente mulheres. Médicos alertam sobre diagnósticos errôneos e tratamentos milagrosos nas redes sociais. A condição provoca dor e acúmulo de gordura em áreas específicas, como pernas. O tratamento deve ser multidisciplinar, incluindo suporte psicológico e físico. A falta de conscientização pode levar a subdiagnósticos e agravamento da condição.
Mulheres com diversos graus de lipedema (Foto: ONG Movimento Lipedema)
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O lipedema é uma condição que afeta quase exclusivamente mulheres, caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura em regiões como pernas, coxas e, ocasionalmente, braços. Embora frequentemente confundido com obesidade ou linfedema, o lipedema apresenta características distintas, como sensibilidade ao toque e tendência a hematomas. Descrita pela primeira vez em 1940, a condição foi oficialmente reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, quando foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID).
Os especialistas alertam para o aumento de diagnósticos incorretos e a proliferação de tratamentos milagrosos nas redes sociais. O endocrinologista Bruno Halpern, vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), destaca que, apesar do aumento da conscientização sobre o lipedema, há um risco de superdiagnóstico. A condição, que afeta cerca de 10% das mulheres globalmente, pode ser influenciada por fatores genéticos e hormonais, especialmente variações relacionadas ao estrogênio, como na puberdade, gravidez e menopausa.
Os sintomas incluem dor nas pernas e uma desproporção entre a cintura e os membros inferiores, com uma resposta limitada à perda de peso. O cirurgião plástico Fábio Kamamoto explica que, ao contrário da obesidade, onde o ganho de peso é homogêneo, no lipedema a gordura se acumula de forma simétrica, principalmente nas pernas, sem afetar os pés. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, como a exclusão de ultraprocessados e a prática de exercícios físicos, além de meias de compressão e drenagem linfática. Em casos mais graves, a lipoaspiração pode ser considerada.
O diagnóstico do lipedema é clínico e deve ser realizado por profissionais especializados. O cirurgião vascular Leonardo Pires de Sá Nóbrega ressalta a importância de um diagnóstico correto, já que muitos pacientes acreditam ter a condição sem realmente tê-la. Atualmente, não há cura, mas tratamentos podem melhorar a qualidade de vida. Kamamoto enfatiza a necessidade de um tratamento multidisciplinar, incluindo apoio psicológico, e defende que o lipedema seja reconhecido como uma doença, garantindo acesso a tratamentos adequados para todos os pacientes.
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