Saúde

Aumento na prevalência do autismo nos EUA

Estudos recentes indicam que um em cada 36 crianças é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), um aumento em relação a um em cada 44 em anos anteriores.

Coração formado com peças de quebra-cabeça nas cores do autismo simboliza união e respeito à diversidade no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. Foto: Carordes.

Coração formado com peças de quebra-cabeça nas cores do autismo simboliza união e respeito à diversidade no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. Foto: Carordes.

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O que é o autismo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por padrões atípicos de comunicação e interação social, além de comportamentos repetitivos e interesses restritos. Os primeiros sinais geralmente surgem nos primeiros meses de vida, incluindo atraso na fala, dificuldades em responder ao próprio nome e menor engajamento em interações sociais. Apesar disso, o diagnóstico costuma ser fechado apenas entre os 2 e 3 anos de idade. Trata-se de uma condição permanente, que exige adaptações contínuas no ambiente familiar, escolar e social para garantir qualidade de vida à pessoa com TEA.

Crescimento nos números

Segundo dados divulgados em 17 de abril pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), 1 em cada 31 crianças de 8 anos foi diagnosticada com TEA. O levantamento analisou dados de crianças nascidas em 2014, abrangendo 16 regiões dos Estados Unidos. Esse número representa um aumento expressivo na prevalência do transtorno em comparação com anos anteriores.

Diferenças entre gêneros

A diferença entre os diagnósticos em meninos e meninas vem diminuindo. Atualmente, a proporção é de cerca de 3,4 meninos para cada menina diagnosticada com autismo. Em levantamentos anteriores, essa relação era de 3,8 para 1.

Variação por etnia

A prevalência do autismo também varia entre grupos étnicos. Os índices mais altos foram registrados entre crianças asiáticas (3,82%), seguidas por negras (3,66%), hispânicas (3,30%) e brancas (2,77%). Esse cenário pode ser reflexo do aumento no acesso ao diagnóstico em comunidades historicamente menos assistidas, como a população negra e hispânica. O estudo ainda aponta que políticas públicas específicas, como as existentes na Pensilvânia que oferecem cobertura de saúde para terapias voltadas a crianças autistas podem influenciar esses resultados.

Declarações e controvérsias

Robert F.Kennedy JR, secretário de Saúde dos Estados Unidos, chamou os novos números de “epidemia de autismo” e concluiu que a condição atinge hoje “uma escala sem precedentes na história humana”. Uma nota lançada pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), Kennedy declarou: “Um em cada 31 americanos nascidos em 2014 está incapacito pelo autismo. Isso é quase cinco vezes mais do que quando o CDC começou a fazer esse levantamento, em crianças nascidas em 1992”. De acordo com o secretário, o governo precisa descobrir as causas dessas doenças crônicas até setembro de 2025.

As declarações foram recebidas com cautela, o secretário já é conhecido por declarações controversas sobre saúde pública, principalmente sobre vacinas e autismo. Além disso, especialistas consideram o uso do termo “epidemia” inadequado, já que o aumento dos diagnósticos se relaciona principalmente à ampliação dos critérios diagnósticos, maior conscientização e melhor acesso aos serviços de saúde.

Outros dados relevantes

  • 36,1% das crianças diagnosticadas com TEA possuem QI acima de 85;
  • 39,6% têm deficiência intelectual (QI abaixo de 70);
  • 24,2% estão na faixa de QI limítrofe (entre 71 e 85).

Em 2000, os Estados Unidos registraram apenas** um caso de autismo a cada 150 crianças**que eram observadas. Após mais de 20 anos, esse número aumentou para uma a cada 31. Além das principais hipóteses citadas, hoje podemos compreender que existem casos leves, onde o autista não é completamente dependente.

Motivos de um bebê nascer com autismo

O autismo pode surgir a partir de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Na maioria dos casos, mais de um gene está envolvido. Mesmo que pai e mãe não tenham o transtorno, eles podem carregar genes de risco que, juntos, aumentam as chances de o filho nascer com autismo.

Uma nova mutação, nesse caso após a fecundação do óvulo, ocorre uma interação com o ambiente, como por exemplo algum tipo de medicamento ingerido pela mãe, vira uma espécie de “gatilho” para o transtorno se manifestar.

Mutação por conta dos gametas de pais com mais idade, apenas um gene afetado já é o suficiente para dar origem ao autismo sindrômico.

Possíveis sinais de autismo

  • Sem contato visual com a mãe durante o período da amamentação;
  • Não olha quando é chamado pelo próprio nome;
  • Se incomoda com toques físicos;
  • Nenhuma interação social;
  • Praticamente não fala;
  • Suas brincadeiras são inusitadas.

Lembrando que apresentar alguns dos comportamentos citados não significa que a criança tenha autismo, mas já indica a importância de uma consulta com o pediatra.

Oportunidades para mentes diversas

Existem algumas empresas que vêm dando oportunidade para pessoas neurodivergentes: Amazon, Google e Ford são alguns exemplos de empresas que já implementaram ou estão em fase de desenvolvimento de iniciativas de neurodiversidade no ambiente de trabalho.

Outro exemplo é a Indigo Hive, ideia que surgiu em 2019 e rapidamente se tornou uma das empresas preferidas por grandes nomes que movimentam a economia brasileira, como Braskem, EMS, Eurofarma, Hypera e Danone.

Com mais de 200 projetos e altos faturamentos, a empresa valoriza fortemente a diversidade em sua equipe, com destaque especial para a inclusão de profissionais neurodivergentes.

“Temos colaboradores com transtorno bipolar, depressão, autismo. Valorizamos pessoas que veem o mundo de maneiras diferentes, que agregam com seus pontos de vista. A sociedade tem muito a se adaptar para conviver melhor com estas patologias tão recorrentes, temos muito a aprender com as pessoas neurodivergentes”, afirma Frederico Andrade, CEO da Indigo Hive, que também está no espectro autista.

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