Doulas do fim da vida oferecem suporte emocional e prático em momentos de despedida

As doulas do fim da vida estão se tornando cada vez mais reconhecidas no Brasil, oferecendo suporte emocional e prático a pacientes terminais e suas famílias. Essa prática, ainda emergente no país, visa humanizar o processo de morte e proporcionar um acolhimento adequado.

Essas profissionais, que muitas vezes têm formação em áreas da saúde, atuam em três fases do processo de morte: pré-morte, morte e pós-morte. Na fase pré-morte, elas ajudam pacientes e familiares a lidar com questões como medo e luto antecipado. Daniele Cristine Cândido Celeste, doula da morte e enfermeira especialista em cuidados paliativos, destaca a importância de respeitar as vontades do paciente.

Durante a fase da morte, as doulas podem acompanhar os momentos finais, oferecendo conforto e apoio. Após a morte, elas ajudam na preparação do corpo e na organização do velório, respeitando os rituais familiares. Glenda Agra, enfermeira e doula, ressalta que a presença de uma doula garante que o paciente não esteja sozinho em seus últimos momentos.

Formação e Regulamentação

No Brasil, existem cursos livres para a formação de doulas do fim da vida, abordando temas como tanatologia e luto. Apesar da falta de regulamentação da profissão, a demanda por esses serviços tem crescido. O valor médio cobrado é de R$ 30,00 por hora, podendo variar conforme os serviços prestados.

A atuação das doulas é complementar aos cuidados paliativos, focando no bem-estar emocional e espiritual do paciente. Érika Lara, médica de família e paliativista, afirma que esse suporte qualificado melhora a qualidade de vida do paciente, enfatizando a importância de preparar tanto o paciente quanto a família para a finitude.

Com a crescente aceitação da figura da doula do fim da vida, espera-se que essa prática se expanda ainda mais no Brasil, promovendo um processo de morte mais digno e respeitoso.