05 de jun 2025
Pesquisadores da Ufes iniciam recuperação de mangue devastado em Aracruz
Pesquisadores da Ufes recuperam mangue em Aracruz, com 10% da meta atingida e espécies como caranguejo uçá voltando ao ecossistema.
Quinhentos hectares de mangue foram destruídos por chuva de granizo no Espírito Santo. (Foto: Samy Ferreira/TV Gazeta)
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Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) iniciaram um projeto de recuperação de um mangue em Aracruz, Espírito Santo, devastado por uma chuva de granizo em 2015. A tempestade afetou 500 hectares de manguezal às margens do Rio Piraquê-Açú/Mirim, impactando a vida local e a economia da região.
Após um ano de trabalho, cerca de 10% da meta de recuperação foi alcançada. O projeto inclui o plantio de oito mil mudas nativas por mês em 40% da área atingida, utilizando cinco técnicas diferentes de reflorestamento. O objetivo é criar um protocolo que possa servir de referência para a recuperação de outros mangues no Brasil.
O mangue é vital para a proteção costeira, servindo como habitat para diversas espécies e ajudando na captura de carbono. Com a destruição, muitas espécies de fauna e flora desapareceram, e cerca de 300 pessoas perderam sua principal fonte de renda. A coordenadora do projeto, Mônica Tognella, destacou que a chuva de granizo foi o ponto de ruptura da capacidade de suporte da floresta, que já enfrentava problemas de escassez hídrica e salinidade.
Revitalização do Ecossistema
Os pesquisadores monitoram a fauna e flora do manguezal, e o trabalho conta com a participação de ribeirinhos, que recebem uma bolsa para ajudar na recuperação. O secretário de Meio Ambiente de Aracruz, Aladim Cerqueira, enfatizou a importância de apoiar a comunidade que perdeu seus recursos.
Após um ano, algumas espécies começaram a reaparecer, como o caranguejo-uçá e o colhereiro, indicando um processo de revitalização. Tognella afirmou que o projeto já mostra resultados positivos, com a expectativa de recuperar 200 hectares em até quatro anos.
Os pesquisadores utilizam drones e imagens de satélite para acompanhar a evolução do manguezal. Apesar de a recuperação total levar cerca de 50 anos, o progresso inicial é encorajador. A equipe acredita que, com o tempo, o mangue poderá recuperar sua biodiversidade e funcionalidade, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a comunidade local.
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