29 de mai 2025
Joël Le Scouarnec é condenado a 20 anos por abusos sexuais de centenas de vítimas
Ex cirurgião Joël Le Scouarnec é condenado a 20 anos por abusos sexuais, mas pode ser solto em 2032, gerando revolta entre as vítimas.
Uma faixa composta por centenas de folhas de papel para representar as vítimas de Le Scouarnec foi estendida perto do tribunal em Vannes na quarta-feira. (Foto: EPA)
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Joël Le Scouarnec, ex-cirurgião francês, foi condenado a 20 anos de prisão por abusar sexualmente de 299 pacientes, a maioria crianças, entre 1989 e 2014. A sentença foi proferida após um julgamento de três meses em Vannes, na França. O caso é considerado um dos maiores escândalos de pedofilia do país.
Durante o julgamento, Le Scouarnec confessou ter cometido 111 crimes de estupro e 188 agressões sexuais. Apesar da gravidade dos atos, o tribunal não impôs a detenção preventiva, o que pode permitir sua liberação em 2032, após cumprir dois terços da pena. Ele já estava preso desde 2017 por outro caso de abuso.
Vítimas e defensores dos direitos da criança criticaram a decisão judicial. A presidente de um grupo de defesa, Solène Podevin Favre, afirmou que a sentença é "o mínimo que poderíamos esperar" e expressou preocupação com a possibilidade de Le Scouarnec ser solto em breve. Uma das vítimas, Amélie Lévêque, questionou: "Quantas vítimas seriam necessárias?" para que medidas mais severas fossem adotadas.
O juiz Aude Burési justificou a decisão ao considerar a idade do réu e seu desejo de se redimir. No entanto, a falta de responsabilização do sistema de saúde francês também foi alvo de críticas. A condenação anterior de Le Scouarnec, em 2005, por posse de imagens de abuso infantil, não resultou em restrições à sua prática médica, permitindo que ele continuasse a operar.
A situação expõe falhas sistêmicas que permitiram que Le Scouarnec cometesse crimes por tanto tempo. O advogado Jean-Christophe Boyer destacou que, embora haja um culpado, muitos são responsáveis pela inércia que possibilitou os abusos. O caso gerou um clamor por mudanças na legislação para garantir penas mais rigorosas para crimes sexuais.
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