01 de jun 2025
Religiosos experimentam psilocibina em estudo sobre espiritualidade e misticismo
Estudo com líderes religiosos sobre psilocibina revela experiências místicas, mas enfrenta críticas por falta de diversidade e enviesamento.
Detalhe de vitrais da Capela Santa Luzia localizada dentro do hotel Rosewood, na região da Avenida Paulista em São Paulo. (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress)
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Uma pesquisa realizada pela Universidade Johns Hopkins e pela Universidade de Nova York investigou os efeitos da psilocibina, um composto encontrado em cogumelos alucinógenos, em líderes religiosos dos Estados Unidos. O estudo, que envolveu sessões em ambientes controlados, revelou experiências místicas variadas, mas enfrentou críticas por falta de diversidade entre os participantes.
A amostra do estudo foi composta majoritariamente por homens brancos, com noventa e sete por cento dos participantes se identificando como brancos e sessenta e nove por cento como homens. A maioria pertencia a tradições cristãs, e a pesquisa teve dificuldades em recrutar representantes de outras religiões, como o islamismo, budismo e hinduísmo. Os participantes passaram por sessões preparatórias e foram acompanhados por facilitadores durante a experiência.
Após a ingestão da psilocibina, os líderes religiosos relataram experiências profundas. O reverendo Hunter Priest descreveu sua vivência como "erótica", enquanto outros participantes mencionaram uma conexão direta com o divino. Um padre católico e uma líder muçulmana, Sughra Ahmed, relataram sentir a presença de Deus de maneira intensa e pessoal. Sessenta e cinco por cento dos participantes retornaram para uma segunda sessão, que também envolveu o uso da substância.
Críticas e Controvérsias
O estudo foi alvo de críticas por seu viés e pela falta de um grupo de controle. Especialistas apontaram que a seleção dos participantes, que foram recrutados por anúncios e convites diretos, poderia ter atraído indivíduos "espiritualmente famintos", excluindo conservadores. Além disso, a linguagem dos questionários foi considerada tendenciosa, refletindo uma perspectiva cristã.
O Comitê de Ética em Pesquisa da Johns Hopkins abriu uma sindicância após denúncias de enviesamento, reconhecendo que houve descumprimento de diretrizes. A pesquisa, que começou em dois mil e quinze, foi finalmente publicada na revista Psychedelic Medicine, mas não sem controvérsias. O reverendo Priest, após sua experiência, decidiu fundar uma sociedade psicodélica cristã, enquanto outros participantes também buscaram criar organizações para explorar experiências psicodélicas em suas respectivas tradições religiosas.
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