Templos chineses preservam árvores antigas e espécies ameaçadas por séculos

Religiões como o Budismo e o Taoísmo têm uma longa tradição de veneração de árvores, especialmente o Ginkgo Biloba, considerado sagrado. Um estudo recente revelou que templos na China abrigam uma densidade de árvores antigas 7.000 vezes maior do que em áreas externas, contribuindo para a preservação de espécies ameaçadas e para a biodiversidade.

A pesquisa, publicada em quatro de junho na revista Current Biology, analisou quase cinquenta mil árvores e destacou como as tradições culturais e religiosas podem ajudar na conservação da biodiversidade. O coautor do estudo, Yongchuan Yang, um pesquisador de conservação da Universidade de Chongqing, afirmou que esse é um exemplo de "onde valores ecológicos e espirituais convergem".

Os pesquisadores compilaram um banco de dados com 46.966 árvores com mais de cem anos, localizadas em áreas dominadas por humanos, incluindo cinco mil e cento e vinte e cinco templos budistas e mil e quatrocentos e vinte templos taoístas. Dentre as 534 espécies analisadas, 61 são consideradas ameaçadas, totalizando quase seis mil árvores. O estudo também identificou oito espécies de árvores que existem exclusivamente em terrenos de templos.

Importância Ecológica

Os dados revelaram que as árvores em templos são, em média, mais velhas do que aquelas fora deles, com uma idade média de 261 anos em comparação com 203 anos. Algumas árvores têm até dois mil anos. Essas árvores desempenham papéis ecológicos cruciais, como reciclagem de nutrientes, fornecimento de habitat para animais e insetos, e aumento da biodiversidade.