Saúde

Influenciadores de Goiás são acusados de deformar pacientes em clínica estética

A Justiça de Goiás prorrogou a prisão de Karine Gouveia e Paulo César Dias por 30 dias. O casal é acusado de diluir medicamentos, aumentando lucros e prejudicando pacientes. Mais de 60 denúncias relatam danos físicos e psicológicos após procedimentos na clínica. A clínica cobrava preços muito abaixo do mercado, atraindo alta demanda por atendimentos. Investigações revelaram irregularidades graves, como falta de alvará e profissionais não habilitados.

À esquerda, PC Segredo e Gusttavo Lima em 2021. À direita, paciente que acusa clínica de PC de procedimento estético irregular (Foto: Reprodução / Facebook de PC Segredo / Polícia Civil de Goiás)

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A Justiça de Goiás decidiu prorrogar por 30 dias a prisão dos empresários e influenciadores Karine Gouveia e Paulo César Dias, conhecido como PC Segredo, primo do cantor Gusttavo Lima. Eles são acusados de causar deformações em mais de 60 pacientes em sua clínica estética em Goiânia. A prisão ocorreu em uma operação policial que investiga procedimentos estéticos que resultaram em danos físicos e psicológicos aos clientes.

Durante a investigação, foi revelado que a clínica diluía medicamentos para aumentar a margem de lucro, conforme afirmou o superintendente da Polícia Científica de Goiás, Ricardo Matos. A clínica cobrava até seis vezes menos que o preço de mercado, com um dentista responsável relatando que a cirurgia de nariz custava R$ 5 mil, enquanto o valor médio no mercado é de R$ 30 mil. O dentista também mencionou que realizava até oito procedimentos em um único dia, com agendamentos de menos de uma hora, inadequados para cirurgias.

Os advogados de Karine e Paulo César contestaram a prorrogação da prisão, alegando que não há motivos para mantê-los detidos e que eles podem responder às acusações em liberdade. A defesa ainda afirmou que o casal nunca teve a intenção de cometer crimes. Entretanto, a investigação revelou casos graves, como uma paciente que precisou ser entubada devido a necrose no nariz, e outras que relataram danos estéticos e traumas psicológicos significativos.

As duas unidades da clínica foram fechadas pela Vigilância Sanitária em dezembro de 2024, após a constatação de 18 irregularidades. A polícia informou que os procedimentos eram realizados sem as condições adequadas, com profissionais sem habilitação e instalações com problemas de esterilização. O casal é investigado por organização criminosa, lesão corporal gravíssima e estelionato, com bens e contas bloqueados, totalizando R$ 2,5 milhões em apreensões e um helicóptero avaliado em R$ 8 milhões.

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