19 de jan 2025
Idosas japonesas cometem crimes para escapar da solidão e encontrar cuidados na prisão
A Prisão Feminina de Tochigi reflete o envelhecimento e a solidão no Japão. Detentas idosas preferem a prisão por cuidados e companhia, evitando a pobreza. Um em cada cinco presos em Tochigi é idoso, com aumento significativo desde 2003. O governo japonês implementa programas de apoio, mas eficácia é incerta. A população idosa cresce rapidamente, exigindo mais profissionais de saúde até 2040.
Idosas recorrem às prisões para terem qualidade de vida no Japão (Foto: Reprodução/CNN)
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Na Prisão Feminina de Tochigi, no Japão, a realidade das detentas idosas reflete um problema social mais amplo, com centenas de mulheres vivendo em condições semelhantes a casas de repouso. Os funcionários da prisão auxiliam as detentas em atividades diárias, como alimentação e higiene, evidenciando o envelhecimento da população carcerária. Takayoshi Shiranaga, oficial da prisão, mencionou que algumas prisioneiras estão dispostas a pagar até 30 mil ienes (aproximadamente R$ 1.167) para permanecer no local, onde encontram cuidados e companhia.
A detenta Yoko, de 51 anos, que já foi presa cinco vezes, observa que a população carcerária está cada vez mais envelhecida. Ela relata que algumas mulheres cometem crimes intencionalmente para retornar à prisão, onde se sentem mais seguras e amparadas. Atualmente, uma em cada cinco detentas em Tochigi é idosa, e o número de prisioneiros com 65 anos ou mais aumentou quase quatro vezes entre 2003 e 2022, alterando a dinâmica do sistema prisional japonês.
Os crimes mais comuns entre as prisioneiras idosas são furtos, frequentemente motivados pela pobreza. Dados do governo japonês indicam que mais de 80% das mulheres idosas presas em 2022 estavam encarceradas por roubo. Akiyo, uma detenta de 81 anos, confessou que sua vida na prisão é mais estável do que fora, onde enfrenta solidão e dificuldades financeiras. Ela reconhece que, se tivesse uma situação financeira melhor, não teria cometido crimes.
As autoridades japonesas estão cientes do aumento da população carcerária idosa e têm implementado programas de apoio para reintegração. O Ministério do Bem-Estar Social destacou que prisioneiros idosos que recebem assistência têm menos chances de reincidir. O governo também está considerando tornar os benefícios de moradia mais acessíveis a idosos sem familiares próximos. Contudo, a crescente população idosa e a necessidade de profissionais de saúde até 2040 indicam que os desafios persistem, enquanto as prisões continuam a acolher um número crescente de detentos idosos.
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