31 de jan 2025
Médicos buscam resgatar a empatia na relação com pacientes em meio à desumanização do cuidado
A relação médico paciente se deteriora com especializações e pressões por rapidez. Ana Coradazzi lançou "O Médico Sutil", enfatizando a empatia na medicina. Pesquisa revela que 70% dos brasileiros valorizam a empatia no atendimento médico. Médicos enfrentam desvalorização e sobrecarga, afetando a qualidade do cuidado. Iniciativas de cuidado contínuo mostram resultados positivos na saúde dos pacientes.
Médico e paciente (Foto: Freepik)
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A relação entre médicos e pacientes enfrenta desafios significativos em um cenário de avanços tecnológicos e pressões do sistema de saúde. As filas no sistema público aumentam, enquanto convênios limitam o tempo das consultas, resultando em uma desconexão entre o médico e o paciente. A figura do clínico geral, que acompanhava a saúde familiar, está se perdendo em meio a especializações que fragmentam o cuidado. A medicina, embora tenha evoluído com conquistas científicas, ainda precisa resgatar a humanização no atendimento, que é essencial para a confiança e eficácia do tratamento.
A remuneração dos médicos é um fator crítico que impacta a qualidade do atendimento. Muitos profissionais recebem valores baixos, o que compromete não apenas seu bem-estar, mas também a atenção dedicada aos pacientes. A desvalorização da profissão é um obstáculo à prática humanizada, que requer tempo e dedicação. Programas que incentivam o fortalecimento do médico de família têm mostrado resultados positivos, pois promovem um cuidado contínuo e integral, levando em conta o contexto social e emocional dos pacientes.
A experiência da oncologista Ana Coradazzi ilustra a importância da empatia na prática médica. Após um episódio marcante com uma paciente, ela se dedicou ao estudo dos cuidados paliativos e lançou o livro “O Médico Sutil”, que aborda a relação entre médicos e pacientes. Uma pesquisa revelou que 70% dos brasileiros consideram a empatia fundamental na relação com seus médicos, evidenciando a demanda por um atendimento mais compassivo e atento às necessidades individuais.
Iniciativas como conselhos consultivos de pacientes e a implementação de práticas que priorizam a escuta ativa estão se tornando comuns em hospitais. O Hospital Oswaldo Cruz, por exemplo, criou um grupo de voluntários que contribui com sugestões para melhorar a experiência dos pacientes. Essas ações visam não apenas a eficiência no atendimento, mas também a construção de um vínculo de confiança, essencial para um cuidado que transcende o físico e alcança o emocional.
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