31 de jan 2025
Venda de sachês de nicotina pela internet desafia legislação brasileira e gera apreensões
A Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul apreendeu 2.260 sachês de Snus. O produto é ilegal no Brasil, sem registro na Anvisa, e vicia rapidamente. Snus é vendido em sites especializados, com preços entre R$ 150 e R$ 900. A multa por comercialização irregular pode chegar a R$ 30 mil, com investigação da PF. Caso contenha substâncias ilegais, pode ser classificado como tráfico de drogas.
Com apelo semelhante ao do cigarro eletrônico, Snus foram apreendidos no início do mês pela Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação)
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A Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul apreendeu, pela primeira vez no Brasil, sachês de nicotina conhecidos como Snus, no início de janeiro. Esses produtos, que são vendidos em sites especializados e e-commerce sem autorização da Anvisa, possuem uma alta carga de nicotina, tornando-se altamente viciantes. Embora sejam liberados em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, no Brasil a comercialização é considerada ilícita. Os preços dos sachês variam de R$ 150 até R$ 900 e eram também encontrados no Mercado Livre, onde os anúncios foram retirados após questionamentos.
O Snus, de origem sueca, é apresentado em versões com diferentes sabores e contém entre 6mg a 20mg de nicotina, enquanto um cigarro comum possui apenas 1mg. Matheus Pirolo, da Vigilância Sanitária, explica que a absorção da nicotina ocorre rapidamente, com efeitos em cerca de 20 minutos. Ele ressalta que esses sachês não têm função de cessação do tabagismo e, pelo contrário, possuem alto potencial viciante. A venda desse produto no Brasil tem aumentado desde o segundo semestre do ano passado, com um crescimento no número de sites que oferecem o Snus.
A Anvisa classificou o Snus como um produto fumígeno, e sua comercialização é irregular no Brasil, sujeitando os responsáveis a penalidades legais. A agência informou que, ao identificar anúncios irregulares, eles são excluídos e os vendedores penalizados. O Mercado Livre, em nota, reafirmou que não permite a venda de produtos que estejam em desacordo com a legislação vigente. A empresa também destacou que trabalha para garantir um ambiente digital seguro e confiável, permitindo que usuários denunciem anúncios irregulares.
No dia 7 de janeiro, foram apreendidos 2.260 sachês de Snus em uma remessa destinada ao município de Guaíba, no Rio Grande do Sul. A Vigilância Sanitária iniciou um procedimento investigativo que pode resultar em uma multa de até R$ 30 mil para o infrator. O caso foi encaminhado à Polícia Federal, que investigará a autoria e a tipificação da infração. Pirolo alertou sobre os riscos associados ao uso do Snus, que contém compostos químicos semelhantes aos do cigarro eletrônico e não é considerado uma alternativa segura ao cigarro comum.
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