Armas de gel em alta: especialistas alertam para riscos de ferimentos oculares

As armas de gel, conhecidas como gel blasters, têm se tornado populares entre crianças e adolescentes no Brasil, mas a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) alerta para os riscos graves que elas representam, especialmente para os olhos. Essas armas disparam pequenas esferas de gel que, ao atingirem os olhos, podem causar desde irritações leves até lesões severas na córnea. O oftalmologista Ione Alexim, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, destaca que o impacto pode resultar em inflamações, hemorragias e até descolamento de retina, levando à perda parcial ou total da visão.

O aumento de acidentes relacionados ao uso dessas armas tem chamado a atenção das autoridades de saúde. Em Recife, entre 30 de novembro e 27 de dezembro de 2024, a Fundação Altino Ventura atendeu mais de 90 pessoas com lesões oculares causadas por disparos de gel. Os ferimentos variaram de arranhões na córnea a inflamações internas, com a maioria das vítimas entre 12 e 18 anos. Além dos ferimentos, o uso das armas tem gerado problemas de segurança pública, com a Polícia Militar de Pernambuco recebendo mais de 110 chamados em apenas dez dias. Algumas cidades, como Olinda e Paulista, já proibiram o uso do brinquedo.

Para minimizar os riscos, especialistas recomendam cuidados essenciais. Ione Alexim enfatiza que crianças pequenas são as mais vulneráveis e que a supervisão de adultos é crucial. Medidas preventivas incluem o uso de óculos de proteção, evitar disparos na direção do rosto e realizar brincadeiras em locais controlados. Essas precauções são fundamentais para garantir a segurança durante o uso das armas de gel.

Em caso de acidentes, o oftalmologista orienta que, se houver dor intensa, vermelhidão ocular ou outros sintomas como lacrimejamento excessivo e visão embaçada, medidas imediatas devem ser tomadas. Diante dos riscos, é essencial que pais, educadores e autoridades estejam atentos ao uso dessas armas, garantindo que a diversão não se transforme em tragédia.