05 de fev 2025
Sociedades médicas alertam sobre riscos de remédios manipulados para emagrecimento
SBEM, SBD e Abeso alertam sobre riscos de medicamentos manipulados para diabetes. Medicamentos como Ozempic e Mounjaro exigem rigor na fabricação e esterilidade. FDA documentou problemas graves com versões alternativas, como contaminações. Uso de produtos não regulamentados pode causar efeitos colaterais sérios. Entidades recomendam rejeitar tratamentos não aprovados e buscar alternativas seguras.
Semaglutida é o princípio ativo de medicamentos para obesidade e diabetes tipo 2, como o Wegovy e o Ozempic, respectivamente. (Foto: Iuliia Burmistrova/GettyImages)
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A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) emitiram um alerta sobre o uso de medicamentos alternativos ou manipulados para obesidade e diabetes. Os medicamentos em questão, como a semaglutida (Ozempic e Wegovy) e a tirzepatida (Mounjaro), são complexos e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, versões manipuladas podem representar riscos à saúde, pois não seguem os rigorosos processos de fabricação necessários.
A nota destaca que "o uso de versões alternativas ou manipuladas dessas moléculas tem se tornado uma prática crescente, preocupante e perigosa". Essas versões carecem de testes de bioequivalência, o que impossibilita prever seus efeitos no organismo. A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA já documentou problemas graves com essas versões, incluindo doses inadequadas e contaminações. As entidades alertam que a comercialização direta por profissionais de saúde fere o Código de Ética Médica.
Além disso, a nota recomenda que pacientes evitem tratamentos com medicamentos manipulados e busquem alternativas aprovadas pela Anvisa. A Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, endossou a nota, afirmando que "não fornecemos tirzepatida para farmácias de manipulação". A Novo Nordisk ainda não se manifestou sobre o assunto. Em novembro de 2024, a Anvisa já havia alertado sobre a falsificação do Ozempic, com riscos associados a substâncias poluentes que podem causar sérios problemas de saúde.
O diretor da SBEM, Clayton Dornelles, enfatiza que a dosagem irregular pode levar a efeitos colaterais, como diarreia e hipoglicemia. Ele ressalta que a manipulação de medicamentos complexos, como a semaglutida, não garante a eficácia necessária. A venda de versões manipuladas em sites e redes sociais aumenta o risco de adulteração, e a prática de médicos brasileiros nesse mercado ilegal é preocupante, refletindo a busca por soluções rápidas para a obesidade.
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