07 de fev 2025

Canais de água provocam afogamentos letais e ameaçam a vida selvagem global
Estudo na Argentina revela que mais de 200 animais morreram em canais de irrigação. Afogamentos afetam 35 espécies, incluindo tamanduás bandeira ameaçados. Problema é global, com mortes registradas também na Espanha e Portugal. Canais de concreto são "sumidouros de vida selvagem", dificultando a fuga dos animais. Pesquisadores pedem soluções urgentes para proteger a biodiversidade afetada.
Foto:Reprodução
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Afogamentos letais de animais em canais de irrigação têm sido registrados em diversas partes do mundo, especialmente em regiões secas e semissecas. Um estudo na Argentina revelou que mais de 200 animais de 35 espécies morreram em apenas seis meses no “Canal de la Pátria”, no Gran Chaco, um dos sistemas florestais mais biodiversos da América do Sul. Entre as vítimas estão 38 tamanduás-bandeira, uma espécie ameaçada. Os pesquisadores alertam para a defaunação e a falta de avaliação dos impactos em 6 mil km de canais que cruzam áreas áridas do país.
No México, um sistema de irrigação de apenas 1,5 km também causou a morte de 227 animais de várias espécies, incluindo aves e mamíferos. O estudo, que durou dois anos, destacou que os canais de concreto, controlados por comportas, aprisionam animais, aumentando a mortalidade. O desconhecimento global sobre o impacto desses canais na biodiversidade é alarmante, segundo os cientistas.
Nos Estados Unidos, o All-American Canal, que se estende por 130 km, tem sido responsável por mortes de cervos e outros animais. O professor Paul Krausman enfatiza que a perda de vidas nesses canais prejudica a biodiversidade, especialmente de espécies ameaçadas. A irrigação mundial abrange entre 2,55 milhões e 3,05 milhões de km², e a situação é igualmente preocupante na Europa, onde 538 mamíferos foram mortos em canais na Espanha em cinco anos.
Pesquisadores sugerem que a solução para reduzir os afogamentos inclui cobrir os canais de água e implementar estruturas como rampas e túneis para facilitar a passagem da fauna. No entanto, a falta de monitoramento e ações efetivas por parte dos governos de países como México, Argentina, Portugal e Espanha agrava o problema. O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos propõe medidas para proteger espécies ameaçadas, mas a necessidade de uma repaginação completa da irrigação mundial é urgente para equilibrar a produção agrícola e a conservação da vida selvagem.
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