Saúde

Sachês de nicotina aumentam risco de câncer e viciam, alerta especialista

Especialistas alertam que sachês de nicotina são viciantes e perigosos. Produtos contêm até 25 mg de nicotina, muito mais que cigarros comuns. Uso crescente entre jovens é preocupante, sem regulamentação no Brasil. Nicotina pode aumentar risco de câncer e causar problemas bucais graves. Fundação do Câncer pede regulamentação e proibição de venda dos sachês.

Mulher acende um cigarro em Nijmegen, Holanda (Foto: REUTERS/Piroschka van de Wouw)

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Especialistas em câncer e tabagismo alertam que os sachês de nicotina não são uma alternativa segura para quem deseja parar de fumar. Conhecidos como pouches ou snus, esses produtos contêm nicotina em concentrações que variam de 6 mg a 25 mg por sachê, muito superior à quantidade encontrada em um cigarro, que é de cerca de 1 mg. Ao serem colocados entre a gengiva e os lábios, liberam a nicotina diretamente na boca, o que pode dar a impressão de serem menos prejudiciais, mas essa percepção é enganosa.

A consultora da Fundação do Câncer, Milena Maciel, explica que a absorção da nicotina pela mucosa oral é rápida, levando-a rapidamente ao cérebro e ao sangue. A nicotina, além de ser altamente viciante, provoca um aumento na ansiedade e irritação após seu efeito imediato, levando o usuário a buscar novas doses. Com o tempo, a tolerância aumenta, exigindo doses maiores para o mesmo efeito. Além disso, a nicotina pode favorecer a proliferação de células cancerígenas, aumentando o risco de câncer, mesmo na ausência da fumaça.

Os sachês também contêm substâncias prejudiciais à saúde, como níquel, cromo, amônio e formaldeído, que são cancerígenos. A nicotina eleva a pressão arterial e pode causar problemas bucais, como ressecamento da mucosa, gengivite e perda de dentes. Embora produtos à base de nicotina sejam utilizados em tratamentos contra o tabagismo, Milena ressalta que os sachês não devem ser considerados uma opção viável, pois não seguem um protocolo terapêutico adequado.

Atualmente, os sachês de nicotina não são regulamentados no Brasil, mas são facilmente adquiridos pela internet. Em janeiro, a Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul apreendeu mais de 2 mil pouches. Os vendedores promovem o produto como discreto e sem fumaça, atraindo até crianças e adolescentes. Milena Maciel defende que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inicie um processo regulatório para proibir a fabricação e comercialização desses sachês, similar ao que foi feito com os vapes no ano anterior.

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