Carlos Monteiro é eleito um dos 50 mais influentes do mundo em 2025 pelo The Washington Post

O pesquisador brasileiro Carlos Monteiro, de 76 anos, foi reconhecido como uma das 50 pessoas mais influentes de 2025 pelo jornal The Washington Post. O epidemiologista, que introduziu o conceito de alimentos ultraprocessados, é professor na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e fundador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens). Segundo Matt Murray, editor executivo do jornal, a lista visa destacar indivíduos que têm potencial para impactar a sociedade neste ano.

Monteiro, que possui um extenso currículo acadêmico, incluindo doutorado em Saúde Pública e pós-doutorado na Universidade de Columbia, é um dos pesquisadores mais citados globalmente. Seu trabalho influenciou o Guia Alimentar para a População Brasileira e diretrizes dietéticas em outros países. O perfil de Monteiro no The Washington Post, escrito por Anahad O’Connor, ressalta sua criação do sistema de classificação NOVA, que categoriza alimentos com base em seu nível de processamento.

Os alimentos ultraprocessados, que incluem itens como salgadinhos e refrigerantes, representam 21,6% da alimentação no Brasil, enquanto em países como Austrália e Estados Unidos esse número pode chegar a 42% e 58%, respectivamente. O perfil destaca que o consumo desses produtos está associado ao aumento de calorias, ganho de peso e risco elevado de 32 problemas de saúde. Monteiro enfatiza a necessidade de reorientar políticas de alimentação, sugerindo restrições à publicidade desses alimentos e a implementação de rótulos de advertência.

Além de Monteiro, o The Washington Post destacou outras cinco personalidades influentes na área da saúde, incluindo os neurocientistas Grégoire Courtine e Jocelyne Bloch, a imunologista Kizzmekia Corbett-Helaire, a médica Rebecca Gomperts e o oncologista Vinod Balachandran. Monteiro defende que é crucial educar os consumidores, mas alerta que não se deve apenas recomendar o consumo moderado de produtos projetados para serem consumidos em excesso.