17 de fev 2025

Síndrome de hiperêmese por canabinoides: um alerta para usuários de maconha
A Síndrome de hiperêmese por canabinoides (SHC) causa náuseas e vômitos intensos. Casos recentes no Brasil incluem uma gestante de 19 anos com sintomas graves. Fatalidades associadas à SHC começam a ser documentadas na literatura científica. Diagnóstico é desafiador devido à confusão com outras condições gastrointestinais. A interrupção do uso de cannabis é a única solução eficaz para a SHC.
Foto:Reprodução
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A Síndrome de hiperêmese por canabinoides (SHC) é uma condição que vem ganhando reconhecimento entre usuários crônicos de maconha, caracterizada por náuseas intensas, vômitos persistentes e dor abdominal. Descrita pela primeira vez na Austrália em 2004, a SHC apresenta um alívio temporário dos sintomas por meio de banhos quentes, o que leva muitos a adotarem esse comportamento compulsivo. Embora a maconha possa ajudar a aliviar náuseas em contextos como quimioterapia, seu uso contínuo em altas doses pode desencadear a síndrome.
Estudos indicam um aumento significativo nas visitas a emergências devido a vômitos relacionados ao uso de cannabis, que subiram de 2,3 para 13,3 por 100.000 consultas entre 2006 e 2013. Os custos médicos ajustados pela inflação também aumentaram em 68,5% nesse período, evidenciando o impacto financeiro da SHC nos sistemas de saúde. Além do desconforto físico, casos fatais têm sido relatados, incluindo a morte de uma jovem de 22 anos devido a arritmia cardíaca provocada por hipocalemia, resultante de vômitos persistentes.
No Brasil, a SHC ainda é pouco documentada, mas novos casos estão surgindo. Um exemplo é o de uma paciente gestante de 19 anos, usuária crônica de maconha, que apresentou sintomas graves não responsivos a antieméticos. O diagnóstico é complicado pela confusão dos sintomas com outras condições gastrointestinais e pelo estigma associado ao uso de cannabis, que leva pacientes a omitir informações cruciais.
A única solução efetiva para a SHC é a interrupção total do uso de cannabis, com sintomas geralmente desaparecendo em dias ou semanas após a cessação. Medicamentos como haloperidol podem oferecer alívio temporário, mas não tratam a causa. Com o aumento do uso de maconha, é essencial que usuários e profissionais de saúde estejam cientes da SHC, para que a identificação precoce dos sintomas possa evitar complicações maiores.
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