22 de fev 2025
Baía de Guanabara renasce com investimentos privados e recuperação da vida marinha
A Baía de Guanabara, antes imprópria para banho, apresenta sinais de recuperação. A detecção de polvo pigmeu indica melhorias na qualidade da água local. Privatização da Cedae e investimentos de R$ 12 bilhões visam despoluição. Interceptor Oceânico removeu 3 mil toneladas de detritos, melhorando esgoto. Mais de 100 milhões de litros de esgoto deixaram de ser despejados diariamente.
CARTÃO-POSTAL - Vista do Rio: obras de saneamento básico não aparecem, mas fazem a diferença (Foto: Andre Pinto/Getty Images)
Ouvir a notícia:
Baía de Guanabara renasce com investimentos privados e recuperação da vida marinha
Ouvir a notícia
Baía de Guanabara renasce com investimentos privados e recuperação da vida marinha - Baía de Guanabara renasce com investimentos privados e recuperação da vida marinha
O biólogo carioca Ricardo Gomes tem mergulhado na Baía de Guanabara, um local historicamente considerado impróprio para banho devido à poluição. Recentemente, a baía tem mostrado sinais de recuperação, com o retorno da vida marinha, como cardumes de badejo e garoupa na Praia de Botafogo, além de tartarugas e cavalos-marinhos em Flamengo e Urca. A presença de um polvo pigmeu na Ilha do Governador é um indicativo positivo da qualidade da água.
Essa transformação é atribuída ao aumento das obras de coleta e tratamento de esgoto na região metropolitana do Rio, impulsionadas pela aprovação do Marco Legal do Saneamento Básico em 2020. A privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) em 2021 também trouxe eficiência à operação, permitindo um investimento de R$ 12 bilhões até 2033 para tratar o esgoto de 90% da população local. Até agora, R$ 3,5 bilhões já foram aplicados.
O Interceptor Oceânico, um túnel de 9 quilômetros, foi limpo e agora coleta grande parte do esgoto da Zona Sul, reduzindo significativamente a poluição. A Praia do Flamengo, antes vetada para banho, tornou-se balneável em janeiro, enquanto a Praia de Botafogo já apresenta uma redução de 90% no despejo de coliformes. Anselmo Leal, presidente da Águas do Rio, destaca que mais de 100 milhões de litros de esgoto deixaram de ser despejados na baía diariamente.
Apesar de um histórico de ineficiência em programas de despoluição, a administração privada atual utiliza tecnologia avançada, como satélites, para monitorar vazamentos. A ampliação da rede de estações de tratamento promete melhorias, especialmente nas áreas mais críticas. A Ilha de Paquetá já alcançou a meta de tratar 100% dos dejetos, e a expectativa é que a Baía da Guanabara continue a se recuperar, trazendo esperança para a qualidade das águas.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.