Karnal e Cortella discutem longevidade e a nova percepção do propósito de vida

A sociedade atual vive um aumento significativo na longevidade, desafiando as noções tradicionais sobre envelhecimento e propósito de vida. Essa reflexão foi central na participação do historiador Leandro Karnal no programa CNN Sinais Vitais, onde ele destacou as "Blue Zones", regiões como Okinawa, Sardenha, Icária, Costa Rica e Loma Linda, conhecidas por abrigar muitas pessoas centenárias. Karnal questionou: "O que fazer com esta vida que se apresenta à nossa frente?"

O filósofo Mário Sérgio Cortella, aos 71 anos, trouxe uma visão pessoal ao debate, afirmando que não se sente tão idoso quanto seu pai, que faleceu aos 61. Ele observou que a percepção do tempo e da idade é subjetiva, indicando que a extensão da vida também altera essa visão interna. Karnal complementou, refletindo sobre como as normas sociais não acompanham essa nova realidade, mencionando que, aos 60 anos, passou a ter direito à fila preferencial, apesar de sua rotina ativa de corridas diárias.

A discussão também abordou como as gerações passadas viam o envelhecimento. Karnal recordou sua avó, que aos 45 anos se via como uma "matrona", com uma perspectiva de vida mais restrita. Esse contraste evidencia a evolução da sociedade em relação às expectativas sobre o envelhecimento. Os comentários de Karnal e Cortella revelam uma transformação significativa: a longevidade não é apenas física, mas também altera a forma como as pessoas se percebem e são percebidas em diferentes fases da vida.

Essa nova longevidade traz desafios e oportunidades, convidando a uma reflexão sobre como aproveitar melhor os anos adicionais que a ciência e os avanços sociais nos oferecem. A discussão sugere que a forma como encaramos o envelhecimento pode ser tão importante quanto a própria extensão da vida, promovendo uma nova abordagem sobre o que significa viver plenamente em idades avançadas.