23 de fev 2025
Sepultamento do clitóris: entenda a doença autoimune que afeta a saúde feminina
O líquen escleroso é uma doença autoimune de causa desconhecida, afetando mulheres. A condição pode levar à perda de coloração da pele e complicações sexuais. Tratamentos eficazes incluem corticoides, laser e radiofrequência, segundo especialistas. A médica Neila Maria de Góis Speck destaca a relação com outras doenças autoimunes. Apesar de seu aspecto, o líquen escleroso não é contagioso nem sexualmente transmissível.
Líquen escleroso: a progressão da doença pode causar alterações anatômicas na vulva (Foto: Focus Fusion para Pixabay)
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O líquen escleroso é uma condição que pode levar ao que se denomina “sepultamento do clitóris”, uma expressão que, embora não científica, descreve uma complicação real da doença. O clitóris, que possui cerca de oito mil terminações nervosas, é fundamental para o orgasmo feminino e pode ser coberto pelo capuz que o recobre. A médica Neila Maria de Góis Speck, professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo, explica que a etiologia do líquen escleroso é desconhecida, embora estudos sugiram uma ligação com a diminuição da produção de estrogênio após a menopausa.
A condição é considerada uma doença autoimune, afetando predominantemente mulheres, que representam 80% dos casos de doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide. Pesquisas também indicam uma possível associação entre a tireoidite de Hashimoto e o surgimento do líquen escleroso. É importante ressaltar que, apesar de sua aparência, a doença não é contagiosa nem sexualmente transmissível. O nome deriva da semelhança do aspecto da pele afetada com o líquen encontrado em troncos de árvores, com 70% a 90% das pacientes apresentando perda de coloração da pele.
O tratamento do líquen escleroso envolve o uso de corticoides de alta potência e substâncias emolientes para aliviar o ressecamento. Estudos da Universidade Federal de São Paulo mostram que técnicas como laser e radiofrequência podem ser eficazes no controle dos sintomas. A professora Speck alerta que as sequelas da doença podem impactar a vida sexual das pacientes, podendo até exigir intervenções cirúrgicas, como a correção do canal vaginal ou a liberação do clitóris.
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