26 de fev 2025
Calor extremo acelera envelhecimento celular em até três anos, aponta estudo científico
Estudo revela que calor extremo pode aumentar a idade biológica em até 2,8 anos. Pesquisa analisou dados de 3.686 pessoas nos EUA, focando em estresse térmico. Exposição a 30 dias de calor intenso pode resultar em envelhecimento biológico de 51 dias. Alterações epigenéticas ligadas ao calor afetam genes do sistema imunológico e metabolismo. Consequências incluem maior risco de doenças relacionadas ao envelhecimento e morte.
Onda de calor atinge o Rio de Janeiro. Na foto, passageiros procuram se proteger do sol quente na sombra de um poste em ponto de ônibus da Avenida Presidente Vargas, na Cidade Nova. (Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo)
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A exposição prolongada a temperaturas elevadas pode acelerar o envelhecimento, conforme um estudo publicado no periódico Science Advances. Este ano, o Brasil registrou cinco ondas de calor em menos de dois meses, levando a um aumento na idade biológica de até dois anos e oito meses, dependendo da intensidade e duração da exposição. Os pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia analisaram dados de 3.686 pessoas com 56 anos ou mais, utilizando relógios epigenéticos para estimar a idade biológica, revelando que as células e órgãos podem funcionar como se fossem até três anos mais velhos.
O estudo considerou o índice de calor, que combina temperatura e umidade, e classificou a sensação térmica em três níveis: Cautela (27°C a 32°C), Extrema Cautela (32°C a 39°C) e Perigo (39°C a 51°C). Neste verão, o Brasil tem enfrentado dias consecutivos com sensação térmica acima de 39°C. A pesquisa sugere que uma pessoa exposta a 30 dias consecutivos de calor acima de 32°C pode envelhecer biologicamente cerca de 51 dias a mais do que o esperado, sem diferenças significativas entre idades, gêneros ou classes sociais.
A autora Eunyoung Choi destacou que moradores de áreas com mais dias de calor extremo, como Phoenix, no Arizona, podem envelhecer biologicamente até 14 meses mais rápido. O epigeneticista Mariano Zalis ressaltou que apenas sete dias de calor intenso já mostraram alterações no DNA, e o impacto do calor em nossa saúde precisa ser melhor compreendido. O estudo também sugere que a metilação do DNA, influenciada pelo ambiente, pode ser afetada pelo calor, resultando em um aumento do risco de doenças relacionadas ao envelhecimento, como problemas cardíacos e neurodegeneração.
As alterações epigenéticas podem explicar o maior risco de doenças em pessoas expostas ao calor crônico. O estudo indica que o calor pode afetar células de defesa e influenciar genes que regulam a reparação do DNA, acelerando o desgaste dos tecidos. Essas mudanças no DNA podem persistir mesmo após a exposição ao calor, acumulando danos ao longo do tempo, conforme afirmaram os cientistas.
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