Amgen inicia dois ensaios clínicos essenciais para o medicamento para emagrecimento MariTide

A Amgen anunciou na quarta-feira o início de dois importantes ensaios clínicos de fase avançada para seu injetável experimental de perda de peso, MariTide, avançando em sua estratégia para entrar no crescente mercado de medicamentos para obesidade. Durante a conferência da TD Cowen, o diretor científico da Amgen, Dr. Jay Bradner, expressou satisfação com o progresso do programa MARITIME, que é a fase três do desenvolvimento do medicamento. MariTide é uma injeção mensal que busca competir com os medicamentos existentes da Novo Nordisk e Eli Lilly, que são injetáveis semanais.

Um dos novos ensaios de fase três avaliará o medicamento em cerca de 3.500 pessoas com obesidade ou sobrepeso sem diabetes tipo 2, enquanto o segundo estudo envolverá 999 pacientes que são obesos ou têm sobrepeso e diabetes tipo 2. O principal objetivo de ambos os estudos é medir a porcentagem de perda de peso após 72 semanas. A Amgen testará três doses-alvo de MariTide e utilizará a escalonamento de doses, começando com uma dose mais baixa e aumentando ao longo do tempo, embora não tenha divulgado um regime específico para os ensaios.

Em novembro, a Amgen informou que MariTide ajudou pacientes com obesidade a perder até 20% do peso em média após um ano em um ensaio de fase dois, sem apresentar platôs de perda de peso. Pacientes com obesidade e diabetes tipo 2 também perderam até 17% do peso no mesmo período. No entanto, os resultados ficaram abaixo das altas expectativas do mercado. A empresa planeja divulgar mais dados sobre MariTide ainda este ano, com os resultados completos do ensaio de fase dois a serem apresentados na conferência da American Diabetes Association em junho.

MariTide introduz uma nova abordagem para a perda de peso, sendo um conjugado de anticorpo peptídico, que combina um anticorpo monoclonal ligado a dois peptídeos. Esses peptídeos ativam os receptores de um hormônio intestinal chamado GLP-1, enquanto o anticorpo bloqueia os receptores de outro hormônio, o GIP. Isso difere do medicamento de obesidade da Eli Lilly, Zepbound, que ativa tanto o GIP quanto o GLP-1. O Wegovy ativa o GLP-1, mas não direciona o GIP, o que pode influenciar a forma como o corpo metaboliza açúcar e gordura.