Saúde

Calor extremo no Rio de Janeiro aumenta mortalidade, revela estudo da Secretaria de Saúde

O estudo da secretaria estadual de Saúde revelou aumento de 74% na mortalidade na Região Noroeste durante onda de calor em novembro de 2023. A Região Serrana apresentou crescimento inédito de casos de dengue, possivelmente ligado ao aumento das temperaturas. A pesquisa abrangeu todos os 92 municípios do Rio e será publicada na Revista Pan Americana de Saúde Pública. A mortalidade entre idosos aumentou 18%, com ocupações expostas ao calor sendo as mais afetadas. O Projeto de Lei 1440/2019 busca classificar o clima do Norte e Noroeste como semiárido, visando recursos para a região.

Campos dos Goytacazes: falta de chuva e calor extremo causam danos aos agricultores e, segundo estudo, estão associados à alta da mortalidade em determinadas faixas etárias. (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)

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Fevereiro de 2024 passou sem chuvas no Estado do Rio de Janeiro, e a onda de calor que atingiu a região em novembro de 2023 trouxe consequências severas. Um estudo da secretaria estadual de Saúde revelou que a mortalidade aumentou em 74% na Região Noroeste, especialmente entre idosos, durante esse período de altas temperaturas. A pesquisa, que abrangeu todos os 92 municípios do estado, correlacionou dados de temperatura do Banco Nacional de Dados Meteorológicos (BNDMET) com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), identificando um pico de óbitos entre 11 e 18 de novembro.

A coordenadora do estudo, Luciane Velasque, destacou que a mortalidade na Noroeste aumentou em 70% devido ao calor extremo. Comparações com dados históricos entre 2013 e 2022 mostraram que a mortalidade dos anos de 2020 e 2021 foi desconsiderada por conta da pandemia de Covid-19. A Noroeste, que inclui municípios como Itaperuna e Santo Antônio de Pádua, é caracterizada por altas temperaturas e escassez de chuvas, agravadas por um vazio sanitário que limita o acesso à saúde.

O estudo também revelou que a população idosa foi a mais afetada, com um aumento de 18% na mortalidade. Profissionais expostos ao calor, como pedreiros e cozinheiras, também apresentaram altas taxas de óbitos. Além disso, a mortalidade feminina no estado subiu 30%, com um aumento de 82% na Noroeste. As principais causas de morte foram doenças do sistema nervoso e transtornos mentais, que tiveram um aumento de 66% durante a onda de calor.

A pesquisa, que será publicada na Revista Pan-Americana de Saúde Pública, levantou questões sobre o aumento de casos de dengue na Região Serrana, um fenômeno inédito. Velasque sugere que as mudanças climáticas podem estar relacionadas a esse aumento. O monitoramento de dados meteorológicos de 2024 está em andamento, e medidas preventivas, como a instalação de bebedouros públicos e visitas domiciliares a grupos vulneráveis, estão sendo consideradas para mitigar os impactos futuros do calor extremo.

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