Protocolo de confirmação da morte encefálica de Pedro Severino é interrompido por reflexo de tosse

O processo de confirmação da morte encefálica de Pedro Severino, atacante do Red Bull Bragantino, foi interrompido devido à presença de um "quadro de reflexo de tosse". O teste é parte do protocolo rigoroso para determinar a perda irreversível das funções cerebrais. O Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, informou que o protocolo será reaberto caso o jogador não apresente mais reflexos. Severino foi transferido para o Hospital da Unimed, em Ribeirão Preto, nesta quinta-feira.

A morte encefálica, ou morte cerebral, é definida pela perda completa e irreversível das funções do cérebro. Segundo o Ministério da Saúde, a parada cardíaca é inevitável, e a respiração não ocorre sem suporte mecânico. Uma pesquisa com 320 pacientes mostrou que 88% apresentaram parada cardíaca em até 24 horas após o diagnóstico. A declaração de óbito é feita nessa situação, permitindo a doação de órgãos e tecidos, com consentimento familiar.

O jogador sofreu um traumatismo craniano após um acidente na Rodovia Anhanguera, onde o carro que dirigia colidiu com um caminhão. Ele estava a caminho de um treino, e o motorista admitiu ter dormido ao volante. O processo de confirmação da morte encefálica no Brasil é regulamentado pela Resolução Nº 2.173, de 2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece critérios rigorosos para o diagnóstico.

O protocolo inicia-se com a presença de coma não perceptivo e ausência de reatividade. Exames clínicos são realizados por dois médicos diferentes, com um intervalo de uma hora. Um deles deve ser especialista em Neurologia ou Medicina Intensiva. O teste de reflexo de tosse, que Severino apresentou, é um dos diversos testes realizados. Após os exames clínicos, são feitos testes complementares, como angiografia cerebral e eletroencefalograma. A confirmação da morte encefálica ocorre se todas as etapas indicarem a ausência de atividade cerebral.