09 de mar 2025
Vaginose bacteriana é classificada como infecção sexualmente transmissível, revela estudo
Estudo recente classifica vaginose bacteriana como infecção sexualmente transmissível (IST). Tratamento conjunto de parceiros reduz taxa de recorrência em mais da metade. Bactéria causadora pode estar presente em homens, especialmente na pele do pênis. Pesquisa envolveu 164 casais; tratamento apenas para mulheres mostrou se ineficaz. Mudança de paradigma no tratamento exige envolvimento dos parceiros masculinos.
A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento vaginal entre mulheres em idade reprodutiva. (Foto: Reprodução/Freepik)
Ouvir a notícia:
Vaginose bacteriana é classificada como infecção sexualmente transmissível, revela estudo
Ouvir a notícia
Vaginose bacteriana é classificada como infecção sexualmente transmissível, revela estudo - Vaginose bacteriana é classificada como infecção sexualmente transmissível, revela estudo
Uma nova pesquisa publicada na revista The New England Journal of Medicine revela que a vaginose bacteriana, uma infecção vaginal comum, deve ser considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST). A primeira autora do estudo, Lenka Vodstrcil, do Centro de Saúde Sexual de Melbourne, destaca que a infecção apresenta um período de incubação semelhante ao de outras ISTs e está associada a fatores de risco como a mudança de parceiro sexual e a falta de uso de preservativos.
Tradicionalmente vista como uma questão feminina, a vaginose bacteriana afeta cerca de metade das mulheres que a apresentam, com recorrências frequentes após o tratamento inicial com antibióticos. Os pesquisadores identificaram que a bactéria causadora da infecção pode estar presente nos parceiros masculinos, que geralmente não recebem tratamento. Ao tratar ambos os parceiros, a taxa de recorrência da infecção caiu de 65% para 35%.
O estudo, que envolveu 164 casais na Austrália, demonstrou que o tratamento apenas para a mulher era menos eficaz. Os homens tratados relataram efeitos colaterais como náuseas e dores de cabeça. A pesquisadora Catriona Bradshaw ressalta que, apesar de ainda não se conhecerem todas as bactérias envolvidas, os avanços no sequenciamento genômico estão ajudando a esclarecer a transmissão da infecção.
Os especialistas em doenças infecciosas que comentaram o estudo afirmam que a evidência de transmissão sexual representa uma mudança de paradigma na abordagem do tratamento da vaginose bacteriana. Eles enfatizam a importância de envolver os parceiros masculinos na responsabilidade pelo tratamento e prevenção da infecção, já que até agora não existem estratégias eficazes além do uso consistente de preservativos. Os sintomas incluem coceira, dor ao urinar e secreção vaginal, mas a condição pode ser assintomática, dificultando o diagnóstico e tratamento.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.