Saúde

Métodos eficazes para deixar o cigarro superam a força de vontade na luta contra o tabagismo

Cerca de 10% dos adultos brasileiros ainda fumam, elevando riscos de doenças graves. A OMS lançou diretrizes que combinam medicamentos e intervenções comportamentais. A citisina e a vareniclina estão em discussão para inclusão no SUS, visando acesso. Estudos mostram que apoio profissional aumenta em até 14% as chances de parar de fumar. Cigarros eletrônicos não são recomendados, pois podem aumentar a dependência de nicotina.

Uso de intervenções pode mais que dobrar as chances de largar o cigarro. (Foto: FreePik)

Uso de intervenções pode mais que dobrar as chances de largar o cigarro. (Foto: FreePik)

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Uma das metas de Ano Novo mais comuns entre os cerca de 10% dos brasileiros adultos que ainda fumam é abandonar o cigarro. Os riscos associados ao tabagismo incluem diversas doenças, como câncer e problemas cardíacos. No entanto, apenas a vontade de parar não é suficiente. Especialistas afirmam que, embora seja possível, é improvável conseguir isso sem ajuda. A coordenadora da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Maria Enedina Scuarcialupi, destaca que apenas 5% dos fumantes conseguem parar sozinhos, enquanto cerca de 50% têm sucesso com programas de cessação.

Um estudo recente da University College of London revelou que fumantes que tentaram parar sem apoio tiveram um terço a menos de chances de sucesso em comparação àqueles que utilizaram intervenções. Uma revisão de 319 ensaios clínicos mostrou que apenas 6% das pessoas que tentam parar sem ajuda conseguem, enquanto essa taxa sobe para 12% com métodos de reposição de nicotina e 14% com medicamentos. A pneumologista Elnara Negri explica que a dependência se intensifica com o uso do cigarro, tornando a abstinência difícil sem suporte.

Em julho de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou diretrizes para o tratamento do tabagismo, recomendando a combinação de medicamentos e intervenções comportamentais. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acesso gratuito a terapias de reposição e medicamentos como a bupropiona. No entanto, a vareniclina, uma alternativa eficaz, enfrenta dificuldades de acesso no Brasil. A citisina, um novo medicamento, mostrou resultados promissores em estudos, mas ainda não foi aprovada no país.

Atualmente, 9,3% dos brasileiros com mais de 18 anos são fumantes, uma queda em relação aos 34,8% em 1989. Embora o uso de cigarros eletrônicos seja promovido como uma alternativa menos nociva, especialistas alertam que essa estratégia pode aumentar a dependência de nicotina. Mariana Pinho, da ACT Promoção da Saúde, observa que a absorção rápida da nicotina nos dispositivos eletrônicos pode intensificar a dependência, criando uma nova geração de fumantes.

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