Sangramento menstrual intenso pode ser a causa da fadiga na menopausa, revela estudo

Cerca de 33% das pessoas em transição para a menopausa enfrentam sangramento menstrual intenso ou prolongado, que pode ser classificado como sangramento uterino anormal. Essa condição é definida por sangramento vaginal excessivo em um período de seis meses, tanto em quantidade quanto em duração ou frequência. Um novo estudo, publicado na revista Menopause, revela que ter três ou mais episódios de sangramento intenso em seis meses está associado a sintomas de fadiga. Os pesquisadores destacam que essa é a primeira análise a investigar essa relação ao longo do tempo entre mulheres na pré-menopausa e perimenopausa.

A pesquisa revisou dados de 2.329 mulheres com média de 47 anos que participaram do Estudo da Saúde das Mulheres Através da Nação. As participantes responderam a questionários sobre seus históricos ginecológicos e mantiveram um calendário menstrual. O estudo definiu sangramento intenso como a necessidade de trocar produtos de higiene a cada uma ou duas horas por mais de quatro horas, enquanto o sangramento prolongado durou mais de oito dias. Os resultados mostraram que mulheres com episódios frequentes de sangramento intenso tinham 62% mais chances de se sentirem cansadas.

Os autores sugerem que a relação entre sangramento intenso e fadiga pode estar ligada à anemia ferropriva, uma condição comum resultante da perda de sangue. Embora a anemia seja uma explicação plausível, a falta de dados sobre os níveis de ferro das participantes limita a confirmação dessa hipótese. Além disso, a síndrome das pernas inquietas e problemas de sono também podem contribuir para a fadiga, indicando a necessidade de uma avaliação mais abrangente por parte dos profissionais de saúde.

Os tratamentos para o sangramento menstrual excessivo incluem medicamentos anti-inflamatórios não esteroides e pílulas anticoncepcionais, que podem reduzir o sangramento em até 30%. Dispositivos intrauterinos hormonais podem ser ainda mais eficazes, reduzindo o sangramento entre 79% e 98%. Os especialistas enfatizam que o sangramento uterino anormal deve ser investigado, pois pode ser um sinal de condições mais graves, como câncer.