17 de mar 2025
Crescimento do câncer de pulmão em não fumantes é impulsionado pela poluição, aponta estudo
O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer globalmente, com predominância do carcinoma de células escamosas entre fumantes. Estudo recente no The Lancet Respiratory Medicine revela aumento de adenocarcinoma em não fumantes, ligado à poluição. Adenocarcinoma agora representa 45% dos casos em homens e 59% em mulheres, superando o carcinoma escamoso. Oncologista Patrícia Taranto destaca que até 10% dos casos de câncer de pulmão são causados por poluição. Recomenda se rastreamento precoce para grupos de risco, visando reduzir a mortalidade por câncer de pulmão.
Ar poluído na cidade de São Paulo (Foto: FÁBIO VIEIRA/FOTORUA/ESTADÃO CONTEÚDO)
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O câncer de pulmão continua a ser a principal causa de morte por câncer globalmente, mas os casos entre não fumantes estão aumentando, em parte devido à poluição ambiental. Um estudo recente publicado no The Lancet Respiratory Medicine por pesquisadores da França e da China analisou a incidência de quatro tipos principais de câncer de pulmão: adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas, carcinoma de pequenas células e carcinoma de grandes células. Os dados de 2022 foram comparados com registros anteriores, revelando uma mudança significativa no perfil da doença.
Historicamente, até a década de 1970, o carcinoma de células escamosas predominava, especialmente entre homens, devido ao tabagismo. Atualmente, o adenocarcinoma é o subtipo que mais cresce, associado não apenas ao cigarro, mas também à poluição do ar. Em 2020, esse tipo representou 45% dos casos em homens e 59% nas mulheres. A oncologista Patrícia Taranto, do Hospital Israelita Albert Einstein, observa uma queda nas taxas entre homens e um aumento entre mulheres, atribuindo essa mudança às campanhas antitabagismo e à alteração nos padrões de consumo de cigarro.
Taranto destaca que até 10% dos casos de câncer de pulmão podem ser atribuídos à poluição, principalmente adenocarcinomas. O rastreamento para detecção precoce da doença, utilizando tomografia de baixa dose, é recomendado para grupos de risco, como pessoas acima de 50 anos e tabagistas com alta carga tabágica. A especialista afirma que esse rastreio é crucial para reduzir a mortalidade relacionada ao câncer de pulmão.
O estudo enfatiza a necessidade de mais pesquisas e métodos de detecção precoce, além de estratégias para controlar fatores de risco. Taranto alerta que, com o aumento da incidência relacionada à poluição, é fundamental implementar medidas para reduzir a emissão de poluentes e melhorar a qualidade do ar, visando a saúde pública.
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